domingo, 9 de novembro de 2025

Antes do PT, o Brasil era um paraíso sem corrupção?

 



Por Claudio Ramos – Radialista e estudante de Jornalismo

Há quem diga que a corrupção no Brasil começou com o Partido dos Trabalhadores. Essa narrativa, repetida à exaustão, ganhou força no discurso da direita brasileira e, com ainda mais intensidade, na extrema direita, que tenta transformar a indignação popular em instrumento de manipulação política.
É um discurso simples, mas poderoso: aponta o dedo, cria um inimigo e apaga a memória coletiva de um país historicamente desigual e injusto.

Se a corrupção tivesse começado com o PT, por que o Brasil passou séculos como país do “terceiro mundo”, explorado, desigual e excludente?
Por que nossos pais e avós nunca tiveram acesso ao ensino superior?
Por que o Nordeste foi deixado à própria sorte, convivendo com a seca, a fome e a miséria, enquanto elites concentravam poder e riqueza nas capitais do Sudeste?

Antes do PT, o país tinha mar de favelas, crianças fora da escola, universidades elitizadas, povo nordestino abandonado e trabalhadores sem direitos.
Não era corrupção? Ou será que era apenas uma corrupção silenciosa a corrupção das elites, que roubavam oportunidades, negavam políticas públicas e vendiam o Brasil como se fosse propriedade privada?

A verdade é que a direita brasileira governa o país há mais de 500 anos.
E se é tão “honesta” quanto afirma ser, por que não transformou o Brasil antes?
Por que o povo só começou a entrar na universidade, comprar casa, ter acesso à luz, à água e a crédito depois que a classe trabalhadora chegou ao poder?

O problema é que, pela primeira vez, os que sempre estiveram nas sombras passaram a ser vistos. E isso incomoda.
Incomoda porque revela que o verdadeiro roubo sempre foi outro: o roubo de direitos, de dignidade e de esperança.

A extrema direita, incapaz de propor um projeto de nação, usa o ódio e o medo como ferramentas políticas.
Faz da palavra “corrupção” um escudo para esconder suas próprias práticas, seus privilégios e suas alianças com s verdadeiros donos do poder.
Enquanto isso, o país segue dividido entre os que acreditam em frases de efeito e os que ainda têm coragem de olhar para a história.

Se não havia corrupção antes, então o que fizeram com o dinheiro que deveria ter mudado a vida do povo brasileiro?
Talvez a resposta esteja justamente no medo que as elites têm de um país onde o pobre não se ajoelha mais.

sábado, 8 de novembro de 2025

A Favela Sob Tiroteio: Quando o Estado Escolhe Quem Deve Morrer

 



Por Claudio Ramos – Radialista e estudante de Jornalismo

A operação que terminou com 121 mortos expõe mais uma vez a face brutal de um país que se recusa a enfrentar as causas reais da violência.

A operação policial realizada em 28 de outubro de 2025, nas favelas da Penha e do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, terminou com 121 mortos, entre eles quatro policiais.


Um número que, por si só, já é o retrato de uma tragédia anunciada. Mas por trás desses números frios, há histórias interrompidas, famílias destruídas e uma ferida social que se renova a cada incursão armada nas periferias do país.

O episódio reacendeu um debate que divide o Brasil: de um lado, os que enxergam na ação policial uma “guerra justa” contra o crime; de outro, os que denunciam o massacre de uma população que já vive sob o jugo da pobreza, da ausência do Estado e da violência cotidiana.




O que muitos chamam de “combate ao tráfico”, outros reconhecem como política de extermínio  direcionada, quase sempre, ao mesmo grupo social: negros, pobres e favelados.

O Comando Vermelho, facção que domina grande parte das favelas cariocas, é apresentado como o inimigo a ser eliminado. Mas a pergunta que ecoa é: quem alimenta esse inimigo?


A resposta é incômoda. O tráfico nasce e cresce nos becos onde o Estado não chega  onde não há escola de qualidade, posto de saúde, saneamento, lazer ou emprego digno.
Onde o único rosto do poder público é o do policial fortemente armado que entra, atira e sai, deixando corpos e medo.

Enquanto isso, milhares de mães vivem a rotina exaustiva de uma jornada 6x1, saindo de casa antes do amanhecer e voltando à noite, depois de enfrentar até duas horas de transporte precário.


No caminho, deixam os filhos sozinhos, expostos ao cotidiano da favela  um espaço onde o tráfico impõe regras, exibe armas e vende a ilusão de poder e pertencimento.
É nesse vácuo deixado pelo Estado que o crime se infiltra e seduz. Não por escolha, mas por sobrevivência.

Ainda assim, o discurso fácil da extrema direita prospera: “bandido bom é bandido morto.”
É uma narrativa que ignora a complexidade social e transforma a vida de jovens periféricos em estatística descartável.


É mais fácil justificar o tiro do que construir uma política pública.
É mais fácil aplaudir a morte do que cobrar investimentos em educação, cultura e trabalho.
É mais fácil culpar a favela do que admitir que ela é o espelho mais fiel da desigualdade brasileira.

A tragédia da Penha e do Alemão não é um episódio isolado.
É o retrato de um país que naturalizou a morte dos seus pobres e se recusa a enfrentar as causas reais da violência.


Enquanto a polícia continuar sendo o único braço visível do Estado nas favelas, o ciclo da morte vai se repetir e cada operação será mais uma sentença coletiva contra um povo que só queria o direito de viver

Baturité, 08/11/2025.

 

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

A Fé e o Poder: a interferência religiosa na política brasileira

 



Nas últimas décadas, a presença organizada e visível de segmentos evangélicos na política brasileira deixou de ser um fenômeno isolado para tornar-se uma força estruturada no Congresso, em governos e em agendas públicas. Essa influência não é apenas numérica traduzida pelo crescimento da chamada “bancada evangélica”, mas também programática: grupos religiosos passaram a disputar diretamente a formulação de políticas sobre educação, direitos reprodutivos, direitos LGBTQIA+, segurança pública e cultura moral. Pesquisadores e institutos internacionais têm destacado esse movimento como uma transformação significativa do campo político brasileiro. 

Há um aspecto explícito e retórico nesse processo: lideranças e correntes evangélicas passaram a reivindicar um papel público mais assertivo, com discursos que chegam a declarar que “chegou a hora” da igreja governar ou orientar políticas públicas, o que expressa uma visão de atuação que vai além da mera presença eleitoral, trata-se de reivindicar legitimidade normativa para impor valores religiosos no espaço laico do Estado. Esse diagnóstico não é mera retórica jornalística: estudos etnográficos documentam discursos e práticas que visam ampliar o papel político das igrejas evangélicas. 



Exemplos recentes e concretos: legislação e pautas

Um exemplo paradigmático do tipo de iniciativa legislativa apoiada por parlamentares alinhados a pautas religiosas conservadoras é o Projeto de Lei nº 1.904/2024 (PL 1904/24), que propôs equiparar o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples  inclusive nos casos de gravidez resultante de estupro e, assim, restringir fortemente as exceções previstas no ordenamento jurídico brasileiro. A proposição gerou forte reação de organismos de direitos humanos, de profissionais de saúde e de movimentos de defesa dos direitos reprodutivos, por representar retrocessos nas garantias de atendimento a vítimas de violência sexual. 

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), religioso e parlamentar associado a pautas conservadoras, foi autor/relacionado a iniciativas desse tipo  o que exemplifica como parlamentares com perfil religioso podem converter convicções morais em projetos de lei que alteram direitos civis. A tramitação e a publicidade em torno desses projetos (e as propostas subsequentes de “compensação” como aumento de pena para estupradores) ilustram uma estratégia legislativa dupla: restringir direitos reprodutivos e, ao mesmo tempo, buscar medidas punitivas que sirvam para legitimar politicamente o recuo nas exceções. As discussões em torno do PL e as tentativas de articulação parlamentar geraram amplo debate e críticas na imprensa e em setores da sociedade. 

Outro episódio representativo foi a mobilização parlamentar para sustar diretrizes do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) relativas ao atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, com projetos aprovados em plenário que dificultam o acesso ao aborto legal dessas vítimas. Votações com ampla maioria sobre temas dessa natureza mostram que a agenda conservadora, em grande medida articulada por parlamentares alinhados a grupos religiosos, tem eficácia prática em aprovar medidas que alteram o cotidiano jurídico e institucional da proteção a direitos. (Registro de votação e notícias da Câmara em novembro de 2025 evidenciam essas movimentações.) 



Impactos concretos sobre minorias e sobre a laicidade

As iniciativas acima não são neutras: atingem desproporcionalmente mulheres pobres, negras e meninas  grupos que estatisticamente sofrem maior incidência de violência sexual e possuem menos acesso a serviços de saúde e ao sistema de justiça. Ao propor retrocessos nas condições de acesso ao aborto legal ou dificultar protocolos de atendimento, a legislação em debate pode transformar uma questão de saúde pública em um vetor de desigualdade e violência institucional.

Além disso, a tentativa de impor normas de cunho religioso ao conjunto da sociedade confronta diretamente o princípio constitucional da laicidade do Estado: quando políticas públicas são projetadas para refletir doutrinas religiosas específicas e não a universalidade dos direitos civis, corre-se o risco de criar privilégios normativos para determinados grupos de fé e de restringir a liberdade de crença, de culto e a diversidade de convicções no espaço público.

Estratégias políticas e simbólicas

A presença evangélica na política se operacionaliza em várias frentes: proposição de leis (como as descritas), nomeações em cargos públicos, mobilização de bases congregacionais para pressionar parlamentares e uso de rádios, canais e redes sociais ligados a igrejas para difundir pautas e narrativas. O resultado é uma visibilidade e capacidade de agenda que dificilmente se restringe ao âmbito confessionário  ela redefine prioridades do debate público. Pesquisas e relatórios analisam essa convergência entre organização religiosa e correlação eleitoral como uma fonte de poder político crescente. 



Hipocrisia e contradições na retórica política

Um padrão recorrente nas resistências críticas é a contradição entre o discurso moralizador e atitudes concretas: enquanto alguns líderes religiosos advogam publicamente por “valores da família” e por proteção às crianças, certas proposições legislativas resultam em políticas que aumentam o sofrimento de vítimas (por exemplo, restringindo o acesso a serviços de saúde essenciais após violência sexual). Essa dissonância  entre a retórica de defesa dos “valores” e os efeitos práticos das medidas propostas  é frequentemente apontada por organizações de direitos humanos, profissionais da saúde e juristas como um exemplo de hipocrisia política: o discurso de proteção se converte, legislativamente, em desproteção efetiva. Relatos jornalísticos e notas técnicas de organismos especializados documentam esse confronto entre discurso e impacto. 

Perspectiva crítica final

A interseção entre política e religião é complexa e historicamente presente em muitas sociedades; contudo, quando projetos orientados por convicções religiosas buscam moldar o Estado a partir de um único padrão moral, corre-se o risco de minar liberdades individuais, pluralismo e direitos fundamentais. O desafio democrático consiste em equilibrar a participação legítima de cidadãos religiosos na política com a preservação de um Estado que proteja direitos universais sem subordinar-se a prescrições confessionais específicas.

Isso exige, na esfera pública e acadêmica, a vigilância sobre projetos legislativos, a produção de evidências sobre seus impactos (principalmente sobre populações vulneráveis) e a articulação entre movimentos sociais, instituições científicas e atores jurídicos para defender a laicidade e os direitos humanos. Sem esse contraponto, medidas aparentemente “morais” podem se traduzir em retrocessos concretos para grandes parcelas da população.


Referências selecionadas (fontes consultadas)

  • Análise sobre a influência crescente dos evangélicos na política (instituto/think tank): SWP — German Institute for International and Security Affairs. Stiftung Wissenschaft und Politik (SWP)

  • Etnografia e análise sobre o discurso “é hora da igreja governar”: artigo publicado na SciELO. SciELO

  • Projeto de Lei nº 1904/2024 (PL que equipara aborto após 22 semanas a homicídio) — registro e matéria da Câmara dos Deputados. Portal da Câmara dos Deputados+1

  • Cobertura jornalística e votação sobre projetos que dificultam o aborto legal para crianças e adolescentes vítimas de estupro (ex.: CartaCapital, Gazeta do Povo, CNN Brasil). CartaCapital+2Gazeta do Povo+2

  • Notas e manifestações de setores de direitos humanos e instituições acadêmicas sobre efeitos dos projetos (ex.: notas de repúdio e análises do FBSP e universidades). Serviços e Informações do Brasil+1



Matéria, pesquisa por Claudio Ramos
Radialista e estudante de Jornalismo

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Comparativo internacional: taxa de habitação própria nos Estados Unidos, Brasil e China



A posse da casa própria é um dos principais indicadores de estabilidade econômica e social de uma população. No entanto, esse índice varia significativamente entre países, refletindo diferenças culturais, políticas habitacionais, níveis de renda e acesso ao crédito.

Nos Estados Unidos, segundo o US Census Bureau e o Federal Reserve, cerca de 65% das famílias possuíam casa própria em 2025. O índice tem se mantido estável nas últimas décadas, oscilando entre 63% e 67%. Essa taxa é considerada moderada para uma economia desenvolvida, em parte porque o país possui um mercado de aluguel muito ativo e políticas de mobilidade residencial que favorecem mudanças constantes de moradia, conforme o emprego ou o custo de vida.



No Brasil, dados do IBGE (2024) mostram que 61,6% dos domicílios são próprios e já quitados. Além disso, cerca de 6% estão em processo de financiamento, o que eleva o total de habitações próprias (quitadas ou financiadas) para aproximadamente 67%. O país tem avançado de forma consistente no acesso à moradia digna, sobretudo por meio de políticas públicas voltadas à população de baixa renda. O Programa Minha Casa, Minha Vida, criado em 2009 e relançado em 2023 pelo governo federal, tem oportunizado a aquisição da casa própria para milhões de brasileiros, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde o déficit habitacional é historicamente maior. Essa iniciativa tem sido fundamental para garantir dignidade e segurança a famílias que antes viviam em condições precárias ou de aluguel.

Residências na China, modelo socialista


Já na China, o cenário é bastante diferente. O país apresenta uma das maiores taxas de habitação própria do mundo, com índices que variam entre 89% e 96%, de acordo com o People’s Bank of China e dados do Trading Economics. O elevado percentual é resultado de uma combinação de fatores: forte valorização cultural da propriedade imobiliária, políticas governamentais de incentivo à compra de moradias e baixa dependência do mercado de aluguel. A propriedade da casa é vista na sociedade chinesa como símbolo de estabilidade familiar e condição quase obrigatória para o casamento, o que impulsiona o desejo de compra.

Em síntese, enquanto os EUA apresentam um modelo mais flexível e dependente do crédito, o Brasil busca consolidar políticas habitacionais que ampliem o direito à moradia  com destaque para o Minha Casa, Minha Vida, e a China exibe uma sociedade fortemente voltada à aquisição da casa própria. Os números revelam não apenas realidades econômicas distintas, mas também diferentes formas de encarar a moradia como valor social, cultural e político.


Matéria e pesquisa por Claudio Ramos

Radialista e Estudante de Jornalismo

terça-feira, 4 de novembro de 2025

Quando o povo decide, o Brasil melhora

 


A direita mandou. A esquerda transformou.

Quando o povo escolhe, o Brasil avança.

Desde a redemocratização, o voto livre do povo brasileiro revelou uma tendência clara: a esperança e o compromisso social vencem o discurso do medo.
Em um país historicamente dominado por elites políticas e econômicas onde 84% dos presidentes foram de direita, 6% de centro e apenas 10% de esquerda, os maiores avanços sociais, econômicos e educacionais surgiram justamente nos períodos em que a esquerda chegou ao poder.



Os governos de Lula e Dilma Rousseff transformaram o Brasil em um país mais inclusivo, reconhecido internacionalmente por tirar mais de 30 milhões de pessoas da pobreza, levar energia elétrica a milhões de lares, ampliar o acesso à universidade e garantir comida na mesa do trabalhador. Foram conquistas construídas sob o olhar da maioria, e não dos privilégios.

Enquanto isso, a direita, que dominou mais de um século de poder político, manteve o Brasil preso a ciclos de desigualdade, concentração de renda e retrocessos democráticos.
A diferença entre “mandar” e “transformar” está justamente aí: quem governa para poucos mantém o atraso; quem governa para todos muda a história.



Mesmo com o forte lobby das elites e o poder da grande mídia, o povo brasileiro mostrou, nas urnas, que acredita em políticas públicas e não em promessas vazias.
A vitória da esquerda nas urnas  de Lula em 2002, 2006 e 2022, e de Dilma em 2010 e 2014 — representa mais que vitórias partidárias: é a reafirmação da vontade popular por um país mais justo, solidário e humano.



A história republicana desmente o mito da incompetência da esquerda

Ao longo de 136 anos de República, o Brasil teve mais de 30 presidentes, dos quais apenas três foram de esquerda  e todos eles eleitos democraticamente pela maioria da população. Mesmo assim, esses governos foram os que mais investiram em educação, moradia, saúde e inclusão social.

Nos governos Lula e Dilma:

  • O PIB cresceu mais de 40% em uma década, com geração de 20 milhões de empregos formais;
  • O salário mínimo teve valorização real acima de 70%;
  • O Bolsa Família se tornou referência mundial de combate à pobreza;
  • Programas como Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos, Mais Médicos, Prouni e Fies abriram portas e mudaram vidas;
  • O Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU e passou a ser exemplo internacional de inclusão social.
  • Mais especialistas, Pé-de-meia, Brasil sorridente, Isenção de IR para quem ganha até 5 mil.

Esses números contrastam fortemente com períodos de governos de direita, marcados por crises econômicas, desemprego em massa, privatizações sem retorno social e cortes em políticas públicas.
Em muitos casos, o foco era o equilíbrio fiscal para os ricos, enquanto os pobres pagavam a conta do ajuste.

O voto popular é progressista — a estrutura do poder, conservadora

A partir de 1989, com a redemocratização, o povo brasileiro mostrou claramente sua preferência: nas seis eleições presidenciais diretas realizadas entre 2002 e 2022, a esquerda venceu cinco.
Isso demonstra uma tendência popular à justiça social e ao fortalecimento do Estado como garantidor de direitos, mesmo enfrentando uma estrutura política, econômica e midiática majoritariamente conservadora.

Enquanto a direita manteve privilégios e exclusões, a esquerda construiu oportunidades.
Foi no governo de esquerda que o filho do pedreiro virou engenheiro, o agricultor familiar teve crédito para produzir e o jovem pobre entrou na universidade.

E isso explica o incômodo de muitos setores privilegiados: quando o povo sobe, o poder tradicional se sente ameaçado.

Quem governa para o povo, governa com o povo

A história brasileira é clara e os números não mentem:

84% de governos de direita e 10% de esquerda;
Mas foi nesses 10% que o Brasil mais cresceu, distribuiu renda e promoveu justiça social.

Quando o povo escolhe, o Brasil melhora.
Porque a verdadeira transformação não nasce da força de quem manda mas da coragem de quem acredita em um país que é de todos.

Por Cláudio Ramos
Radialista e estudante de Jornalismo. 

 Matéria publicada no blog: “Cidades do Maciço dia-a-dia”, novembro de 2025.

 





domingo, 2 de novembro de 2025

CEARÁ: DO ABANDONO À REFERÊNCIA NACIONAL EM EDUCAÇÃO

 


Por muitos anos, o Ceará foi um dos estados mais esquecidos pelos governantes, convivendo com altos índices de analfabetismo e abandono escolar. Mas essa realidade mudou completamente.

Hoje, os números mostram um novo Ceará  um estado que virou referência nacional em educação, alcançando a meta que o Governo Federal pretende atingir apenas em 2030.

Com apenas 14,69% de analfabetismo infantil, o Ceará superou Estados muito mais ricos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
O segredo desse avanço está em políticas públicas planejadas, na formação continuada de professores, no Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC) e na implantação das escolas de tempo integral, que transformaram o ensino público.

Reconhecendo essa experiência de sucesso, o Presidente Lula nomeou Camilo Santana e sua equipe para liderar a expansão desse modelo em todo o país, com o objetivo de garantir alfabetização de qualidade para todas as crianças brasileiras.

O Ceará provou que investir em educação é o caminho que transforma nações o mesmo caminho trilhado por países que deixaram o subdesenvolvimento e alcançaram o progresso.


Educar é libertar. E o Ceará está mostrando ao Brasil como se faz.


sábado, 1 de novembro de 2025

Operações no Rio e em São Paulo expõem contrastes no combate ao crime organizado

Operação Contenção contra o CV no RJ



O combate ao crime organizado no Brasil voltou ao centro do debate nacional após duas grandes operações realizadas recentemente em diferentes contextos e com resultados que expõem caminhos opostos no enfrentamento à violência e à criminalidade estruturada.

No Rio de Janeiro, a Operação Contenção teve como alvo o Comando Vermelho, facção que domina áreas importantes da capital fluminense. A ação, que ocorreu na terça-feira (28), mobilizou 2,5 mil agentes das Polícias Civil e Militar, com o objetivo de cumprir 100 mandados de prisão e 150 de apreensão.

Os números, porém, revelam o alto custo humano e a falta de integração estratégica que marcaram a operação:

📌 133 prisões
📌 118 armas apreendidas
📌 Uma tonelada de drogas
📌 Oito motos apreendidas
📌 121 mortos, sendo quatro policiais

A operação, centrada na força e na ocupação territorial, terminou com saldo trágico e questionamentos sobre o uso da violência e a ausência de planejamento integrado entre as forças de segurança e órgãos de inteligência.

Operação Carbono oculto contra o PCC-SP


Em contraponto, no dia 28 de agosto, coincidentemente o mesmo dia 28, a Operação Carbono Oculto, conduzida em oito estados brasileiros, mostrou um modelo mais técnico e articulado de combate ao crime. O foco foi o esquema financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), buscando atingir o núcleo econômico que sustenta as atividades ilícitas da organização.

Com 1,4 mil agentes e 350 alvos, a ação envolveu uma ampla rede institucional: Ministério Público de São Paulo (Gaeco), Receita Federal, Polícias Civil e Militar, Secretaria da Fazenda e Planejamento (Sefaz), Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE-SP).

Os resultados reforçam a eficiência do trabalho planejado e cooperativo:

📌 R$ 235 mil em espécie apreendidos
📌 Bloqueio de R$ 359 milhões, sendo R$ 68 milhões de uma fintech
📌 Bloqueio de R$ 8 bilhões relacionados à sonegação fiscal estadual
📌 Nenhuma morte registrada


A comparação entre as duas operações é inevitável, enquanto a Operação Contenção expõe os efeitos de uma política de segurança pública ainda pautada pelo confronto armado e pela ausência de inteligência integrada, a Operação Carbono Oculto comprova que o planejamento, o cruzamento de informações e a parceria entre órgãos de Estado produzem resultados mais eficazes, sustentáveis e sem derramamento de sangue.

O contraste mostra que o futuro da segurança pública no Brasil não está na guerra declarada contra as comunidades, mas na inteligência estratégica e no desmonte financeiro das facções criminosas, atacando o coração econômico do crime e não a periferia da tragédia social.

 Por Claudio Ramos – Radialista e estudante de Jornalismo

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

A hipocrisia dos governadores bolsonaristas sobre segurança pública

 


A tragédia no Rio de Janeiro, com 121 mortos em uma única operação policial, escancarou o que muita gente já sabia, mas poucos têm coragem de dizer: a hipocrisia dos governadores bolsonaristas quando falam de segurança pública.

Cláudio Castro (PL), responsável direto por essa ação desastrosa, tentou se defender organizando um encontro com outros governadores do mesmo campo ideológico, Romeu Zema (Novo), Jorginho Mello (PL), Ronaldo Caiado (União Brasil), Eduardo Riedel, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Celina Leão, vice-governadora do DF. O grupo posou para fotos, discursou sobre “ordem” e “autonomia policial”, mas, na prática, o encontro serviu apenas para reforçar o discurso vazio e eleitoreiro que transformou a segurança pública em palanque político.

Esses governadores adoram falar em “bandido bom é bandido morto”, mas não enfrentam as verdadeiras causas da violência. Fingem que estão protegendo o cidadão de bem, quando, na verdade, alimentam o medo e a exclusão. Enquanto defendem operações que deixam um rastro de sangue nas favelas, cortam investimentos em educação, cultura, geração de emprego e políticas sociais os únicos caminhos reais para reduzir o crime e dar dignidade às pessoas.

É fácil posar de “duro com o crime” quando quem morre não tem rosto, não tem sobrenome e vive longe das câmeras. Difícil é assumir a responsabilidade de governar para todos, inclusive para os que o Estado historicamente abandonou.

Esses líderes, que se dizem defensores da “lei e da ordem”, na verdade usam o caos como ferramenta política. Transformam a dor em discurso e a tragédia em espetáculo. O massacre no Rio de Janeiro é mais um capítulo dessa política de morte travestida de coragem  uma política que protege os poderosos e castiga os pobres.

Enquanto continuarem governando pela lógica da bala, o Brasil vai seguir sangrando. E nenhum encontro entre bolsonaristas será capaz de esconder essa verdade.

Claudio Ramos, Radialista e Estudante de Jornalismo

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Das Favelas do Alemão, Penha à Faria Lima: A Segurança Pública de Duas Caras no Brasil

 



Enquanto uma operação de alto nível desarticulava uma organização criminosa na elite financeira paulista sem um único tiro, o Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, era palco de mais um episódio de violência estatal com centenas de mortos e corpos abandonados. A diferença entre esses dois eventos revela uma realidade cruel: a segurança pública no Brasil tem dois pesos e duas medidas.

A Operação "Limpa" na Faria Lima

Na chamada Operação Carbono Oculto, as agências de segurança agiram com precisão cirúrgica. Participaram Polícia Federal, Ministério Público, Receita Federal e Promotoria, em uma ação que:

  • Bloqueou R$ 52 bilhões em bens
  • Desarticulou uma das maiores organizações criminosas do país
  • Não registrou um único disparo
  • Não houve nenhuma morte

A operação, que mirou o coração financeiro do crime organizado, passou relativamente despercebida na grande mídia e não gerou manifestações de parlamentares da extrema direita.

A Tragédia Anunciada no Alemão

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, a ação policial no Morro do Alemão sob o comando do governador Cláudio Castro seguiu o roteiro trágico de sempre:

  • Centenas de mortos
  • Corpos abandonados nas ruas
  • Cena de corpos decapitados foi comparada a práticas de grupos extremistas

Declarações polêmicas e violação do luto

Em meio ao caos, a ação do Estado foi além da letalidade: atingiu a dignidade dos que choravam seus mortos. Familiares que tentavam resgatar corpos de vítimas foram tratados como infratores  o secretário de segurança do Rio de Janeiro, ameaçou processá-los por “alterar a cena do crime”.

Familiares que procuravam os parentes mortos, relataram corpos decapitados o que assemelha a táticas usadas por grupos terroristas como Hamas e Al-Qaeda.

No entanto, especialistas em segurança e direitos humanos questionam a narrativa:
“Decapitações não são práticas comuns na ação do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Se ocorreram, é preciso investigar com transparência: foram realizadas por quem? Em que contexto? A resposta do Estado não pode ser a simplificação que apenas alimenta o ciclo de violência”, afirma um pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da UERJ.

Enquanto isso, o abatimento superou em número a apreensão de armas: 121 pessoas mortas 113 presas, ante 93 armas capturadas. Ou seja, mais vidas foram eliminadas do que instrumentos de violência recolhidos um desequilíbrio que expõe a opção pelo extermínio, e não pelo controle.

O Silêncio dos "Heróis"

Chama atenção o silêncio seletivo de parlamentares que usualmente se manifestam sobre segurança pública. Enquanto operações em favelas geram correntes de apoio e declarações inflamadas, a bem-sucedida operação na Faria Lima que atingiu o crime em seu coração financeiro passou em relativo silêncio.

O Caminho para Mudar

É urgente repensar o modelo de segurança pública, baseando-o em:

  • Inteligência em vez de força bruta
  • Proporcionalidade nas ações
  • Respeito aos direitos humanos em todas as operações
  • Fim da seletividade no combate ao crime

Até que isso aconteça, continuaremos vivenciando essa triste realidade onde o valor de uma vida depende do CEP onde ela habita.


Matéria do Radialista e estudante de Jornalismo 

Claudio Ramos


 

CAE aprova ampliação do Fundeb para financiar equipes multidisciplinares no atendimento a alunos com autismo e doenças raras

 


A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta quarta-feira (29) projeto que amplia significativamente o uso de recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) para custear profissionais especializados no atendimento a alunos com transtorno do espectro autista (TEA) e doenças raras. A proposta (PL 1.392/2025) inclui fonoaudiólogos, pediatras e fisioterapeutas entre os profissionais que podem ser remunerados com verbas do fundo.

Ampliação de atendimento

Atualmente, a legislação do Fundeb permite que até 30% dos recursos sejam destinados ao pagamento de professores, psicólogos e assistentes sociais que compõem as equipes de apoio a estudantes com necessidades específicas. O projeto aprovado mantém esse percentual, mas amplia o leque de profissionais contemplados, incorporando especialidades essenciais para o desenvolvimento educacional de crianças e adolescentes com TEA e doenças raras.

Flexibilização sem custos adicionais

Senadora Leila Barros


A relatora da proposta, senadora Leila Barros (PDT-DF), destacou que a medida não cria novas despesas para o Fundeb, mas oferece maior flexibilidade aos gestores públicos na alocação de recursos já existentes. "Para além da parte didática, esses estudantes precisam de uma equipe multidisciplinar, e esses profissionais atualmente não estão contemplados com relação à remuneração através do Fundeb", afirmou a parlamentar.

Barros ressaltou que a proposta surgiu de demandas apresentadas por coletivos de mães de crianças atípicas, que relatam dificuldades no acesso a atendimento especializado dentro do ambiente escolar. "Temos atendido muitos coletivos que falam justamente dessa dificuldade de ter uma equipe multidisciplinar para atender seus filhos nas escolas", completou.

Segurança jurídica e inclusão

Autor do projeto, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) argumentou que a mudança traz mais segurança jurídica às instituições de ensino e garante atendimento adequado aos estudantes. "Esta é uma medida concreta para fortalecer a política de inclusão educacional em nosso país", afirmou.

Próximos passos

O projeto segue agora para análise da Comissão de Educação (CE), onde receberá novo relatório antes de poder ser votado em Plenário. Especialistas em educação avaliam que a medida pode impactar positivamente milhares de estudantes em todo o país, especialmente em municípios com menores recursos.

Criado em 2007 e tornado permanente em 2020, o Fundeb é principal mecanismo de financiamento da educação básica pública no Brasil, responsável por aproximadamente 63% dos investimentos em educação básica municipal e estadual.

Com informações do radialista e estudante de Jornalismo

Claudio Ramos

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Arroz e feijão saem do prato dos brasileiros e atingem menor consumo em seis décadas

 



Mesmo com preços mais baixos, a tradicional dupla da mesa nacional perde espaço para comidas rápidas e mudanças nos hábitos alimentares.

Por Redação | Programa 94 News
Baturité, 28 outubro de 2025

O prato mais simbólico da culinária brasileira, o arroz com feijão está cada vez menos presente nas refeições das famílias. De acordo com dados recentes da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o consumo da dupla atingiu o menor índice desde a década de 1960.

A queda não está relacionada ao preço dos produtos, que, inclusive, apresentaram redução nos últimos meses. O motivo principal, segundo especialistas, está nas mudanças de comportamento e estilo de vida do brasileiro.

“As pessoas estão cozinhando menos em casa, priorizando a praticidade e substituindo o arroz e feijão por opções rápidas, industrializadas ou de preparo instantâneo”, explica a nutricionista e pesquisadora da Embrapa, Maria Andrade.

Rotina moderna muda a alimentação

A vida urbana, a correria do trabalho e o pouco tempo disponível para cozinhar são apontados como fatores centrais dessa transformação. Além disso, o tamanho das famílias diminuiu, o que torna menos comum o preparo de refeições completas e em maior quantidade.

Em muitas cidades, o crescimento dos restaurantes por quilo, buffets e fast foods também contribui para a diversificação do cardápio e a perda de espaço do prato tradicional.

Novas dietas e influência da mídia

Outro aspecto importante é a popularização das dietas restritivas e a busca por uma alimentação considerada “fit” ou “mais leve”. A influência das redes sociais e de campanhas de marketing de produtos industrializados também tem impacto direto sobre os hábitos alimentares da população.

Um símbolo cultural em risco

Para nutricionistas, o desafio é retomar o reconhecimento da importância do arroz e feijão na mesa brasileira. A combinação fornece proteínas, ferro, fibras e carboidratos de forma equilibrada, sendo considerada uma refeição completa e acessível.

“Mais do que um costume, o arroz com feijão é parte da nossa identidade alimentar. Preservá-lo é preservar um pedaço da nossa cultura”, afirma a pesquisadora da Embrapa.

Claudio Ramos 

Radialista, estudante de Jornalismo

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