A posse da casa própria é um dos principais indicadores de estabilidade econômica e social de uma população. No entanto, esse índice varia significativamente entre países, refletindo diferenças culturais, políticas habitacionais, níveis de renda e acesso ao crédito.
Nos Estados Unidos, segundo o US Census Bureau e o Federal Reserve, cerca de 65% das famílias possuíam casa própria em 2025. O índice tem se mantido estável nas últimas décadas, oscilando entre 63% e 67%. Essa taxa é considerada moderada para uma economia desenvolvida, em parte porque o país possui um mercado de aluguel muito ativo e políticas de mobilidade residencial que favorecem mudanças constantes de moradia, conforme o emprego ou o custo de vida.
No Brasil, dados do IBGE (2024) mostram que 61,6% dos domicílios são próprios e já quitados. Além disso, cerca de 6% estão em processo de financiamento, o que eleva o total de habitações próprias (quitadas ou financiadas) para aproximadamente 67%. O país tem avançado de forma consistente no acesso à moradia digna, sobretudo por meio de políticas públicas voltadas à população de baixa renda. O Programa Minha Casa, Minha Vida, criado em 2009 e relançado em 2023 pelo governo federal, tem oportunizado a aquisição da casa própria para milhões de brasileiros, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde o déficit habitacional é historicamente maior. Essa iniciativa tem sido fundamental para garantir dignidade e segurança a famílias que antes viviam em condições precárias ou de aluguel.
| Residências na China, modelo socialista |
Já na China, o cenário é bastante diferente. O país apresenta uma das maiores taxas de habitação própria do mundo, com índices que variam entre 89% e 96%, de acordo com o People’s Bank of China e dados do Trading Economics. O elevado percentual é resultado de uma combinação de fatores: forte valorização cultural da propriedade imobiliária, políticas governamentais de incentivo à compra de moradias e baixa dependência do mercado de aluguel. A propriedade da casa é vista na sociedade chinesa como símbolo de estabilidade familiar e condição quase obrigatória para o casamento, o que impulsiona o desejo de compra.
Em síntese, enquanto os EUA apresentam um modelo mais flexível e dependente do crédito, o Brasil busca consolidar políticas habitacionais que ampliem o direito à moradia com destaque para o Minha Casa, Minha Vida, e a China exibe uma sociedade fortemente voltada à aquisição da casa própria. Os números revelam não apenas realidades econômicas distintas, mas também diferentes formas de encarar a moradia como valor social, cultural e político.
Matéria e pesquisa por Claudio Ramos
Radialista e Estudante de Jornalismo
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