sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Quem Tem Medo de um Brasil Educado?

 



Durante o evento, o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou:

“A gente está dando uma coisa pra vocês que é fundamental: ferramenta. Cê sabe que o mercado é cada vez mais exigente, mais seletivo e menos desapegado com os diplomas. Diploma, cada vez de menor relevância, a competência tem cada vez mais relevância. O mercado está cada vez mais interessado em saber o seguinte: quais são suas habilidades e menos interessado onde você se formou. O mercado está cada vez mais interessado em: você consegue se comunicar? Você consegue se relacionar com as pessoas? Você tem habilidade de relações interpessoais? Você consegue resolver problemas? É este o profissional que eu quero.”


Governador de SP Tarcisio de Freitas




Contraponto: por que essa narrativa preocupa

A declaração do governador não é isolada. Ela compõe um discurso que tem sido recorrente na extrema-direita, tanto no Brasil quanto em outros países, e que opera com uma lógica perigosa: desestimular a formação acadêmica e relativizar o valor da educação formal.

Isso é particularmente grave num país como o Brasil, onde a história mostra que a educação nunca foi acessível de forma igualitária. Por décadas, quem pertence às elites e à burguesia sempre teve acesso privilegiado ao ensino de qualidade, inclusive no exterior, enviando filhos para estudar na Europa e nos Estados Unidos, garantindo-lhes acesso às melhores vagas, aos melhores salários e às posições de liderança.

Enquanto isso, às camadas populares restava o “chão de fábrica”, os trabalhos manuais e subalternos, marcados pela desigualdade estrutural e pela falta de oportunidades educacionais.

Nesse contexto, reduzir o valor dos diplomas e exaltar apenas a “competência prática” soa como um discurso hipócrita especialmente vindo de lideranças políticas que não investem na ampliação do acesso à educação pública, nem defendem condições para que os jovens possam, de fato, desenvolver competências e habilidades de forma integral.

Na prática, é um discurso que naturaliza a desigualdade:

  • Quem nasceu com privilégios seguirá estudando nas melhores instituições.
  • Quem depende da escola pública será empurrado a “não precisar de diploma”.

Esse caminho só reforça as diferenças históricas.



O caminho oposto: os investimentos do Governo Federal

Enquanto isso, o Governo Federal, sob a liderança do Presidente Lula e com a condução do Ministro da Educação, Camilo Santana, adota uma direção diametralmente oposta.
Este governo aposta no fortalecimento da educação como eixo estruturante de desenvolvimento, com ações como:

  • Ampliação dos investimentos da creche ao ensino superior.
  • Estratégia nacional de escola em tempo integral.
  • Retomada do Fies, Reuni II e expansão de universidades e institutos federais.
  • Políticas de alfabetização e formação docente inspiradas no modelo de sucesso do Ceará, que transformou a educação básica e hoje é referência nacional.

É um projeto de país que compreende que educação não é gasto  é investimento, e que nenhuma sociedade se desenvolve sem garantir aos seus jovens acesso pleno ao conhecimento científico, tecnológico e cultural.

Dois projetos antagônicos para o Brasil

A fala de Tarcísio expõe o choque entre dois projetos em disputa:

1. O projeto da direita

  • Minimiza o valor da formação acadêmica.
  • Naturaliza que “competência” basta  sem considerar as desigualdades de acesso.
  • Reduz o papel do Estado na educação.
  • Reforça a lógica elitista de que diploma é dispensável, mas apenas para os pobres.

2. O projeto progressista

  • Defende a educação como instrumento de liberdade individual e social.
  • Trata o acesso ao estudo como direito.
  • Investe de forma ampla, sistemática e contínua.
  • Reconhece que os países modernos e desenvolvidos chegaram onde estão investindo massivamente na educação pública.

No fundo, a disputa é sobre qual modelo de sociedade queremos:
Uma que diminui a escola ou uma que liberta pelo conhecimento?

A História já deu essa resposta:
O conhecimento liberta e sempre libertará.

 

Claudio Ramos

Radialista e estudante de Jornalismo.

 

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