Analfabetismo político é a falta de conhecimento e engajamento na vida política, que vai além da capacidade de ler e escrever, abrangendo a incapacidade de compreender o processo político, seus direitos e responsabilidades como cidadão. Ele se manifesta pela alienação, ignorância sobre o impacto das decisões políticas no dia a dia (como custo de vida) e manipulação por informações falsas, o que prejudica a cidadania e a democracia, conforme descrito no artigo atribuído a Bertolt Brecht.
Senadores ganham R$ 46 mil, deputados também. Prefeitos e vereadores variam de cidade para cidade, mas seus salários estão sempre muito acima da realidade da maioria do povo brasileiro.
Enquanto isso, o trabalhador que sustenta toda essa máquina pública enfrenta jornadas exaustivas para receber R$ 1.518 por mês, o salário mínimo nacional. É ele quem paga, com seu suor e seus impostos, as contas de um sistema que raramente o representa de verdade.
Mesmo assim, ainda há quem defenda político como se fosse parente, como se o destino de quem está no poder estivesse diretamente ligado ao bem-estar de quem está nas ruas, nos ônibus lotados e nos bairros esquecidos.
Esse comportamento revela uma das maiores tragédias da democracia brasileira: o analfabetismo político. Ele não se resume à falta de leitura ou estudo, mas à incapacidade de compreender como o poder funciona, quem se beneficia dele e quem paga a conta.
O cidadão que idolatra políticos sejam eles de esquerda ou de direita abre mão do papel mais importante que tem: o de cobrar, fiscalizar e exigir resultados. É essa cegueira coletiva que mantém o país refém de discursos vazios, promessas repetidas e privilégios eternos.
Platão já alertava há mais de dois mil anos:
“Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.”
Acorda, meu caro. Eles não estão no mesmo time que você.
O poder só muda quando o povo deixa de aplaudir e passa a cobrar.
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