A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado
aprovou nesta quarta-feira (XX) projeto que amplia significativamente o uso de
recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica)
para custear profissionais especializados no atendimento a alunos com
transtorno do espectro autista (TEA) e doenças raras. A proposta (PL
1.392/2025) inclui fonoaudiólogos, pediatras e fisioterapeutas entre os
profissionais que podem ser remunerados com verbas do fundo.
Ampliação de atendimento
Atualmente, a legislação do Fundeb permite que até
30% dos recursos sejam destinados ao pagamento de professores, psicólogos e
assistentes sociais que compõem as equipes de apoio a estudantes com
necessidades específicas. O projeto aprovado mantém esse percentual, mas amplia
o leque de profissionais contemplados, incorporando especialidades essenciais
para o desenvolvimento educacional de crianças e adolescentes com TEA e doenças
raras.
Flexibilização sem custos adicionais
A relatora da proposta, senadora Leila Barros
(PDT-DF), destacou que a medida não cria novas despesas para o Fundeb, mas
oferece maior flexibilidade aos gestores públicos na alocação de recursos já
existentes. "Para além da parte didática, esses estudantes precisam de uma
equipe multidisciplinar, e esses profissionais atualmente não estão
contemplados com relação à remuneração através do Fundeb", afirmou a
parlamentar.
Barros ressaltou que a proposta surgiu de demandas
apresentadas por coletivos de mães de crianças atípicas, que relatam
dificuldades no acesso a atendimento especializado dentro do ambiente escolar.
"Temos atendido muitos coletivos que falam justamente dessa dificuldade de
ter uma equipe multidisciplinar para atender seus filhos nas escolas",
completou.
Segurança jurídica e inclusão
Autor do projeto, o senador Carlos Viana
(Podemos-MG) argumentou que a mudança traz mais segurança jurídica às
instituições de ensino e garante atendimento adequado aos estudantes.
"Esta é uma medida concreta para fortalecer a política de inclusão educacional
em nosso país", afirmou.
Próximos passos
O projeto segue agora para análise da Comissão de
Educação (CE), onde receberá novo relatório antes de poder ser votado em
Plenário. Especialistas em educação avaliam que a medida pode impactar
positivamente milhares de estudantes em todo o país, especialmente em
municípios com menores recursos.
Criado em 2007 e tornado permanente em 2020, o Fundeb é principal mecanismo de financiamento da educação básica pública no Brasil, responsável por aproximadamente 63% dos investimentos em educação básica municipal e estadual.
Com informações do radialista e estudante de Jornalismo
Claudio Ramos
 
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