Mesmo com preços mais baixos, a tradicional
dupla da mesa nacional perde espaço para comidas rápidas e mudanças nos hábitos
alimentares.
Por Redação | Programa 94 News
Baturité, 28 outubro de 2025
O prato mais simbólico da culinária brasileira, o arroz com feijão está
cada vez menos presente nas refeições das famílias. De acordo com dados
recentes da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o
consumo da dupla atingiu o menor índice desde a década de 1960.
A queda não está relacionada ao preço dos
produtos, que, inclusive, apresentaram redução nos últimos meses. O motivo
principal, segundo especialistas, está nas mudanças de comportamento e
estilo de vida do brasileiro.
“As pessoas estão cozinhando menos em casa,
priorizando a praticidade e substituindo o arroz e feijão por opções rápidas,
industrializadas ou de preparo instantâneo”, explica a nutricionista e
pesquisadora da Embrapa, Maria Andrade.
Rotina
moderna muda a alimentação
A vida urbana, a correria do trabalho e o
pouco tempo disponível para cozinhar são apontados como fatores centrais dessa
transformação. Além disso, o tamanho das famílias diminuiu, o que torna
menos comum o preparo de refeições completas e em maior quantidade.
Em muitas cidades, o crescimento dos restaurantes
por quilo, buffets e fast foods também contribui para a
diversificação do cardápio e a perda de espaço do prato tradicional.
Novas
dietas e influência da mídia
Outro aspecto importante é a popularização das
dietas restritivas e a busca por uma alimentação considerada “fit” ou
“mais leve”. A influência das redes sociais e de campanhas de marketing de
produtos industrializados também tem impacto direto sobre os hábitos
alimentares da população.
Um símbolo
cultural em risco
Para nutricionistas, o desafio é retomar o
reconhecimento da importância do arroz e feijão na mesa brasileira. A
combinação fornece proteínas, ferro, fibras e carboidratos de forma
equilibrada, sendo considerada uma refeição completa e acessível.
“Mais do que um costume, o arroz com feijão é
parte da nossa identidade alimentar. Preservá-lo é preservar um pedaço da nossa
cultura”, afirma a pesquisadora da Embrapa.
Claudio Ramos
Radialista, estudante de Jornalismo
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