A tragédia
no Rio de Janeiro, com 121 mortos em uma única operação policial,
escancarou o que muita gente já sabia, mas poucos têm coragem de dizer: a hipocrisia
dos governadores bolsonaristas quando falam de segurança pública.
Cláudio
Castro (PL), responsável direto por essa ação desastrosa, tentou se defender
organizando um encontro com outros governadores do mesmo campo ideológico, Romeu
Zema (Novo), Jorginho Mello (PL), Ronaldo Caiado (União Brasil),
Eduardo Riedel, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Celina
Leão, vice-governadora do DF. O grupo posou para fotos, discursou sobre
“ordem” e “autonomia policial”, mas, na prática, o encontro serviu apenas para
reforçar o discurso vazio e eleitoreiro que transformou a segurança
pública em palanque político.
Esses
governadores adoram falar em “bandido bom é bandido morto”, mas não enfrentam
as verdadeiras causas da violência. Fingem que estão protegendo o cidadão de
bem, quando, na verdade, alimentam o medo e a exclusão. Enquanto
defendem operações que deixam um rastro de sangue nas favelas, cortam
investimentos em educação, cultura, geração de emprego e políticas sociais os
únicos caminhos reais para reduzir o crime e dar dignidade às pessoas.
É fácil
posar de “duro com o crime” quando quem morre não tem rosto, não tem sobrenome
e vive longe das câmeras. Difícil é assumir a responsabilidade de governar para
todos, inclusive para os que o Estado historicamente abandonou.
Esses
líderes, que se dizem defensores da “lei e da ordem”, na verdade usam o caos
como ferramenta política. Transformam a dor em discurso e a tragédia em
espetáculo. O massacre no Rio de Janeiro é mais um capítulo dessa política de
morte travestida de coragem  uma política
que protege os poderosos e castiga os pobres.
Enquanto
continuarem governando pela lógica da bala, o Brasil vai seguir sangrando. E
nenhum encontro entre bolsonaristas será capaz de esconder essa verdade.
Claudio Ramos, Radialista e Estudante de
Jornalismo
