quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Dissonância cognitiva no Congresso: deputados barram aumento de impostos sobre apostas online

 

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O contraste entre o Brasil e o mundo

Enquanto países como França (55%), México (30%), Holanda (29%), Dinamarca (28%) e Espanha (20%) aplicam altas taxas sobre as chamadas bets — plataformas de apostas esportivas e jogos online, o Brasil mantém uma tributação de apenas 12%, segundo dados da International Betting Integrity Association (IBIA) de 2021.

A diferença mostra o quanto o país ainda subexplora o potencial de arrecadação desse setor, que movimenta bilhões de reais anualmente e cresce de forma acelerada com a popularização das apostas digitais.

Deputados resistem ao aumento da taxação

Mesmo diante desse cenário, parlamentares da extrema direita e parte do centrão têm atuado em bloco para impedir o aumento da taxação proposto pelo governo federal.

A medida, que visava elevar a contribuição das empresas de apostas, poderia reforçar o caixa público e destinar mais recursos para educação, saúde e segurança. Ainda assim, foi alvo de forte resistência de setores do Congresso ligados ao lobby empresarial.

 A dissonância cognitiva política

A postura dos parlamentares revela o que especialistas chamam de “dissonância cognitiva política” — quando o discurso público de defesa do povo contrasta com práticas que beneficiam grandes grupos econômicos.

Enquanto o cidadão comum paga altos impostos sobre consumo, combustíveis e energia, o setor de apostas segue com privilégios e baixa tributação, em uma clara injustiça fiscal.

Essa contradição reforça a percepção de que parte do Congresso está desconectada da realidade social do país que deveria representar.



 Especialistas apontam desequilíbrio nas prioridades

Economistas e analistas políticos destacam que o debate sobre a taxação das apostas online não se resume à arrecadação, mas reflete o modelo de país que se quer construir.
De um lado, estão os defensores de uma tributação mais justa, que promova redistribuição e investimento social; de outro, aqueles que priorizam os interesses do mercado em detrimento das demandas populares.

“O povo paga caro, mas as bets continuam lucrando com isenções e baixa tributação”, sintetiza uma das críticas mais recorrentes nas redes sociais.

Opinião: o Brasil precisa de uma justiça fiscal real

A postura de parte dos deputados brasileiros frente à tributação das apostas online é um retrato simbólico da crise de representatividade política que o país atravessa.

Ao se oporem à taxação de um setor bilionário, esses parlamentares demonstram desconexão com a realidade social e alinhamento com interesses econômicos específicos.

O verdadeiro compromisso com o Brasil passa por uma reforma tributária justa, onde quem lucra mais contribua mais. Enquanto isso não acontecer, a sensação de que o Congresso vive em um país diferente do restante da população continuará crescendo alimentando a descrença na política e o distanciamento entre governantes e governados

Claudio Ramos, Estudante de Jornalismo e radialista.

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