sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Parceria público-privada traz Cacau Show e revitaliza a Praça Comendador Ananias Arruda



A Prefeitura Municipal de Baturité, sob a gestão do Prefeito Herbelh Mota, celebra hoje, às 17h, mais um importante momento de parceria público-privada com a inauguração da Cacau Show Baturité, fruto do empenho e dedicação do franqueado Renato Lima.

O novo empreendimento está sendo instalado na tradicional Praça Comendador Ananias Arruda, um espaço de grande relevância para a história e identidade do nosso município. Inaugurada em 24 de maio de 1986, durante a administração “O governo e o povo de Baturité”, sob a liderança do então prefeito Olinto Arruda, a praça segue como marco de convivência e valorização da memória da cidade.

A Família Ananias Arruda, cuja trajetória está profundamente ligada a Baturité, mantém viva essa história de compromisso com o desenvolvimento local. Essa ligação se renova agora, com a chegada da Cacau Show, trazendo modernidade, geração de empregos e novas oportunidades para a população.

Com essa união de esforços entre o poder público e a iniciativa privada, Baturité reafirma, no presente, o compromisso com o crescimento sustentável, a valorização de sua história e a construção de um futuro mais doce e promissor para todos.

👉 A população esta convidada para participar desse momento rico para, saborear as delícias da Cacau Show e conhecer a nova Praça Comendador Ananias Arruda, que se renova como espaço de convivência e encontro das famílias de Baturité.

Claudio Ramos

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

O Poder das Ruas e a Reação da Política

 


As manifestações do último 21 de setembro, convocadas por artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan e Paulinho da Viola, revelaram mais uma vez a força transformadora da sociedade quando ela decide ocupar as ruas. Centenas de milhares de brasileiros protestaram contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia aos golpistas, e os efeitos dessa mobilização não demoraram a aparecer.

Em apenas dois dias, um verdadeiro turbilhão de mudanças tomou conta da política nacional. A começar pela denúncia da PGR ao STF contra Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, acusados de obstrução de justiça e ataques ao Estado brasileiro. Na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Motta barrou a indicação de Eduardo Bolsonaro para a liderança da minoria, ressaltando que um parlamentar ausente do território nacional não pode exercer o mandato como se estivesse presente.

No mesmo compasso, o Conselho de Ética da Câmara abriu processo que pode culminar na cassação de Eduardo Bolsonaro, após ataques ao STF e ameaças ao processo eleitoral de 2026. Enquanto isso, o Senado Federal apresentou um caminho alternativo à paralisia da Câmara, avançando com a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais – um projeto de impacto direto para cerca de 20 milhões de trabalhadores, que estava sendo deixado de lado em nome da agenda da extrema-direita.

Ainda no Senado, a expectativa recai sobre o relatório do senador Alessandro Vieira, contrário à PEC da Blindagem, que deve ser apresentado na CCJ, onde o presidente Otto Alencar já se manifestou contra a proposta. O objetivo é claro: sepultar de vez uma PEC considerada imoral e antidemocrática.

Esses movimentos mostram que a política reage quando o povo se mobiliza. A pressão das ruas, somada à indignação popular, obriga as instituições a se moverem, a corrigirem rotas e a atenderem pautas que realmente interessam ao cidadão comum.

Fica a reflexão: se o povo acompanhar de perto seus representantes, muita coisa avança no Brasil. Não basta votar; é preciso fiscalizar, pressionar, ocupar espaços e não se omitir. O recado para as eleições de 2026 é direto: se escolhermos melhor deputados e senadores, nossas preocupações serão menores e nossas conquistas, maiores.

O dia 21/09 já entrou para a história como um marco da força popular sobre a política. A lição é clara: a democracia só floresce quando o povo participa dela ativamente.

Claudio Ramos

Síntese do discurso do Presidente na 80ª Assembleia da ONU

 



1. Defesa da soberania e democracia


Condenou ingerências externas nos assuntos internos do Brasil.


Afirmou que a agressão contra o Judiciário é inaceitável e que a soberania nacional é inegociável.


Denunciou ataques de grupos de extrema direita e exaltou a resistência democrática do Brasil.


2. Julgamento de Bolsonaro


Destacou que, pela primeira vez em 525 anos, um ex-presidente foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito.


Reforçou que o julgamento foi legítimo, com amplo direito de defesa, e que não há pacificação com impunidade.


3. COP30 e crise climática


Definiu a COP30, em Belém, como a "COP da verdade", cobrando seriedade dos líderes mundiais.


Apontou que países ricos têm dívida histórica por dois séculos de emissões e que justiça climática exige mais ambição e recursos.


Reafirmou a meta brasileira de reduzir de 59% a 67% das emissões até 2035.


Defendeu criação de um Conselho Climático vinculado à Assembleia Geral da ONU.


4. Guerra na Faixa de Gaza


Condenou os atentados do Hamas, mas classificou como genocídio o massacre de civis em Gaza.


Denunciou a cumplicidade internacional diante da destruição e da fome usada como arma de guerra.


Reafirmou que a solução passa pela criação de um Estado palestino soberano, já apoiado por mais de 150 países.


5. Regulação das plataformas digitais e das “bets”


Alertou que a internet não pode ser uma “terra sem lei” e defendeu a proteção de crianças e adolescentes contra crimes digitais.


Citou a aprovação no Brasil de uma das legislações mais avançadas do mundo para regular o ambiente digital.


Enfatizou que a regulação não restringe liberdade de expressão, mas combate fraudes, pedofilia, tráfico humano e manipulação política.


Mencionou medidas do governo e do Congresso para disciplinar também o mercado de apostas digitais (bets), visando proteger jovens e combater irregularidades.


Claudio Ramos

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

As ruas contra a blindagem e os privilégios

 





O Brasil assistiu ontem a um movimento vigoroso da sociedade civil. Centenas de milhares de pessoas ocuparam ruas e praças em diversas cidades para dizer não à ousadia da Câmara dos Deputados, que, na semana anterior, aprovou a toque de caixa a chamada PEC da Blindagem. A proposta, que impede que deputados sejam investigados pelo Supremo Tribunal Federal sem autorização dos presidentes da Câmara e do Senado, soa como um escudo corporativo contra a lei e contra o princípio básico da igualdade de todos perante a Justiça.

Não bastasse isso, a Casa também avançou com o PL da Anistia, que busca beneficiar aqueles envolvidos nas tentativas de golpe de Estado. A mensagem é clara: para parte do Parlamento, a democracia é negociável.

A reação popular foi imediata e certeira. As ruas mostraram mais uma vez que a sociedade não é espectadora passiva e não aceitará retrocessos que coloquem em risco as instituições e a liberdade.

O mais irônico, contudo, veio no dia seguinte. O presidente da Câmara, Hugo Motta, declarou em um evento que é preciso “evitar pautas tóxicas” na Casa. Ora, mas quem pauta os absurdos não é justamente ele? Se as matérias que afrontam a democracia chegam ao plenário, é porque passaram por suas mãos. O discurso, nesse caso, soa vazio e contraditório.

Na tentativa de apaziguar os ânimos, Motta anunciou que pretende pautar o projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, medida que pode beneficiar milhões de brasileiros. Mas nos bastidores, já se sabe: o Senado não deve deixar a proposta que blinda deputados, senadores e presidentes de partidos avançar. O gesto parece mais um cálculo político para dissipar a pressão popular do que um compromisso real com a população.

A cena atual remete a outros momentos da nossa história recente, em que o povo foi protagonista para corrigir rumos e barrar retrocessos. Foi assim nas Diretas Já, quando a sociedade exigiu o direito de votar para presidente; no Fora Collor, quando a juventude e os “caras-pintadas” mostraram que não aceitam corrupção no poder; e até em junho de 2013, quando milhões foram às ruas para cobrar mudanças na política. O fio condutor é o mesmo: quando as instituições se afastam da cidadania, é a cidadania que toma as ruas e recorda quem é, de fato, o verdadeiro soberano em uma democracia.

Fica a pergunta que ecoa das ruas: até quando a Câmara insistirá em legislar em causa própria, blindando privilégios e ignorando a voz do povo?


Claudio Ramos

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Comunidade News: Fortalecendo as Associações e Transformando Realidades

 

Alan, Claudio Ramos, Alcione e Ant Pedro


O Programa Comunidade News, da Rádio 94 FM de Baturité, é uma iniciativa da Fundação São Miguel, criada com o objetivo de estimular e fortalecer as associações comunitárias do município. Idealizado pelo ex-prefeito de Baturité por três mandatos, Dr. Fernando Lima Lopes, um grande incentivador do movimento associativista, o programa vem se consolidando como um espaço de valorização das lideranças comunitárias e das conquistas locais.

Apresentado pelos radialistas Claudio Ramos e Antônio Pedro, o programa já está em sua segunda edição e vem recebendo dezenas de presidentes de associações, que compartilham com os ouvintes as histórias de criação, desafios e vitórias das entidades que representam. São relatos fortes e emocionantes que mostram como o associativismo pode transformar realidades.

O Exemplo da Associação do Jesuítas

Na edição desta sexta-feira (19), o programa recebeu a recém-eleita presidente da Associação do Jesuítas, Alcione, e seu vice, o estudante de Direito Alan, que fizeram uma prestação de contas de quase dois anos à frente da entidade.

Quando assumiram, encontraram uma associação desacreditada e em situação crítica, inclusive com o risco real de perder a sede construída pelos próprios moradores da comunidade. No entanto, ao invés de se abater, a nova diretoria arregaçou as mangas e construiu um calendário de ações para reverter o quadro.

Entre as conquistas apresentadas durante a entrevista, destacam-se:

  • Apoio político: buscaram parceria com o vereador mais votado da comunidade, João Paulo Slink, para juntos buscarem melhorias.

  • Retorno da escolinha da comunidade, que havia sido fechada por uma gestão anterior, obrigando os alunos a se deslocarem para outras localidades.

  • Retorno da urna eleitoral que havia sido retirada da comunidade.

  • Reativação do atendimento médico, em parceria com a Secretaria de Saúde de Baturité.

  • Parceria com a Secretaria de Educação para a reforma e climatização da escola local e criação de um grupo de estudantes do EJA.

  • Aproximação com a direção do Mosteiro dos Jesuítas, que cedeu uma sala para atendimentos médicos e odontológicos.

  • Retomada da sede da associação, em articulação direta com o prefeito Herbelh Mota.

Além dessas conquistas, a diretoria também planeja a retomada da produção de doces tradicionais da comunidade, com orientação técnica do Sebrae, capacitando os moradores para gerar renda e fortalecer a economia local. Também aguardam a ampliação da escola e outras melhorias que já estão em planejamento.

Associações como Agentes de Transformação

A história da Associação do Jesuítas mostra que, quando há organização, união e planejamento, as associações comunitárias podem transformar realidades. A comunidade, antes desacreditada, agora retoma a esperança e o sentimento de pertencimento, vendo na associação um instrumento de conquistas e desenvolvimento local.

Experiências como essa reforçam a importância do Programa Comunidade News e da Fundação São Miguel em valorizar, incentivar e fortalecer o associativismo, promovendo a participação popular e o desenvolvimento sustentável das comunidades de Baturité.


Claudio Ramos

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Câmara dos Deputados retoma PEC da Blindagem e expõe distanciamento da pauta nacional

 


Em um momento em que o país enfrenta desafios urgentes nas áreas social, econômica e ambiental, a Câmara dos Deputados decidiu ressuscitar, nesta terça-feira (16), a chamada PEC da Blindagem — uma proposta que, longe de atender aos interesses coletivos, mira na proteção de parlamentares e dirigentes partidários contra processos judiciais. A medida, trazida de volta ao debate pelo deputado Hugo Motta, surge como moeda de troca em meio a um impasse político que trava a pauta da Casa e escancara um preocupante descolamento entre a classe política e a sociedade que a elegeu.

O texto da PEC prevê a exigência de autorização prévia do Congresso para abertura de processos criminais contra deputados e presidentes de partidos, além de instituir voto secreto em casos de prisão em flagrante de parlamentares — mecanismo que enfraquece a transparência e dificulta a responsabilização dos eleitos. Como destacou a analista política Malu, “hoje o voto é aberto, então a sociedade fica sabendo quem foi a favor de prisão em flagrante e quem não foi, foi o que aconteceu no caso do Chiquinho Brazão. Isso facilita mais ainda você blindar o deputado”.

Mais do que um debate sobre regras internas, o avanço da PEC revela um cenário de paralisia proposital, no qual projetos de real interesse público são deixados em segundo plano para dar lugar a disputas corporativistas. O atual impasse é sintomático: o PL se recusa a votar a PEC da Blindagem sem garantias de que a anistia a partidos será aprovada; o Centrão, por sua vez, não vota a anistia sem a aprovação prévia da blindagem. Um ciclo de barganhas que nada oferece à sociedade.

Enquanto isso, propostas de enorme impacto social seguem empacadas na Câmara, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, medida que beneficiaria diretamente cerca de 20 milhões de trabalhadores brasileiros, e o projeto que busca reduzir o custo da energia elétrica para os consumidores, além da aguardada PEC da Segurança, que trata de políticas estruturais para a área. Todas essas matérias, de interesse direto da população, estão sendo deixadas de lado para que os próprios deputados priorizem um escudo contra a Justiça.

A crítica de Malu expõe o vácuo de liderança na Câmara: “Tem que tomar uma iniciativa e arbitrar, ou pelo menos organizar um acordo transparente para a sociedade... Na verdade, está todo mundo tentando se aproveitar da fraqueza do presidente da Câmara para fazer o que quer. Isso na política não funciona. Tem que tomar decisões e desagradar determinados grupos. É arcar com o desgaste de ter poder”.

Ao priorizar uma proposta que busca blindar políticos da Justiça, em detrimento de reformas estruturais e de políticas que poderiam melhorar a vida da população, o Congresso dá um recado claro: a lógica do autointeresse está se sobrepondo à função pública. O texto que agora tramita no Plenário, apresentado por Hugo Motta e avalizado em conversas com ministros do Supremo, é visto como uma tentativa de ganhar tempo e evitar o avanço da anistia partidária, mas o custo é alto: mais descrédito e mais distanciamento da sociedade.

Em vez de proteger seus próprios membros, a Câmara deveria se concentrar em proteger os interesses do país. Ao insistir na PEC da Blindagem, os deputados correm o risco de aprofundar a crise de confiança nas instituições democráticas — um desgaste que não será resolvido com manobras regimentais, mas com responsabilidade, transparência e coragem de enfrentar as pautas que realmente importam ao Brasil.

Claudio Ramos

 


sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Quando o Brasil olha para o Nordeste, a pobreza recua Por: Claudio Ramos

 


Por muito tempo, o Nordeste brasileiro foi condenado a viver como uma nota de rodapé no projeto de país. Era lembrado apenas em épocas de seca, tragédias e estigmas. Faltavam políticas públicas, investimentos estruturantes e, sobretudo, vontade política de romper com o abandono histórico. Foi preciso que um nordestino chegasse à Presidência da República para que esse ciclo começasse a ser quebrado.

Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2002, reeleito em 2006 e de volta ao cargo em 2023, mudou a lógica do poder central. Lula ousou olhar o Brasil a partir das suas periferias e direcionou recursos e políticas para onde o país mais sangrava. Ao equilibrar repasses federais e fortalecer programas sociais, o governo passou a enxergar o povo nordestino não como peso, mas como potência.

E os resultados dessa virada histórica agora falam por si. Segundo o Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), a extrema pobreza no Brasil caiu pela metade entre 2021 e 2023 passando de 19,2 milhões para 9,5 milhões de pessoas. Metade dessa redução veio justamente do Nordeste, a região tantas vezes ignorada.



Para entender a dimensão, o estudo considera extremamente pobres os que vivem com até R$ 209 por mês por pessoa ou seja, uma família de quatro membros sobrevive com R$ 836 mensais para moradia, comida, luz, transporte e remédios. A Bahia concentra 1,32 milhão de pessoas nessa condição, enquanto o Maranhão tem a maior taxa proporcional, com quase 13% da população ainda em extrema pobreza. Mas mesmo diante desses desafios, os avanços são expressivos: o Ceará reduziu em 40,4% e o Rio Grande do Norte em 56,9% a extrema pobreza entre 2021 e 2023.

Os especialistas alertam que o Nordeste não é um bloco homogêneo e que as políticas precisam respeitar as realidades de cada estado. Mas há um consenso: programas de transferência de renda são decisivos para enfrentar a pobreza. Como disse o economista Flávio Ataliba Barreto, da FGV Ibre, “os números mostram que os programas de transferência de renda têm impacto forte na pobreza e na extrema pobreza”.

Esse não é apenas um debate sobre estatísticas, mas sobre escolhas. Quando o Brasil decide investir no Nordeste, a pobreza recua. Quando a política enxerga os invisíveis, vidas mudam. E quando o país entende que desenvolvimento não pode ser privilégio de poucos, o Nordeste deixa de ser retrato da exclusão e passa a ser símbolo de resistência, superação e esperança.

O Nordeste de hoje não quer mais piedade quer respeito. E está provando que justiça social também pode e deve ter sotaque nordestino.

Baturité, 12 de setembro de 2025

 

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Voto de Luiz Fux no julgamento dos 8 réus gera controvérsia e críticas

 

Ministro Luiz Fux

O recente julgamento envolvendo oito réus acusados de participação na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 trouxe à tona fortes controvérsias sobre a atuação do Ministro Luiz Fux no Supremo Tribunal Federal (STF). O voto proferido pelo ministro surpreendeu a todos: enquanto absorveu seis réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenou Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, e o candidato a vice na chapa presidencial, Walter Braga Neto.

O episódio gerou uma enxurrada de críticas da imprensa brasileira, de juristas e de representantes do próprio STF, sendo rapidamente transformado em tema de debate público e memes nas redes sociais, como o famoso “o culpado foi o mordomo”.

A surpresa de muitos está no contraste entre este voto e a trajetória de Fux no STF, marcada por posicionamentos mais consistentes em outros julgamentos de grande repercussão. Isso levantou questões cruciais: o que motivou essa mudança tão abrupta? Teriam fatores externos, pressões internas ou interesses financeiros influenciado a decisão do ministro? São apenas suposições que pairam no ar.

O julgamento segue nesta quarta-feira (11), com os votos da Ministra Cármen Lúcia e do Presidente da 1ª Turma, Cristiano Zanin, restando apenas um voto para consolidar a condenação dos réus por crimes como tentativa de golpe e formação de quadrilha.

Em análise, o voto de Luiz Fux evidencia um caráter claramente político, provocando questionamentos sobre a independência do STF e, de certa forma, fornecendo munição para as teses da extrema-direita sobre o funcionamento do Judiciário no país.

 Claudio Ramos

terça-feira, 9 de setembro de 2025

STF: Relator Alexandre de Moraes pede condenação unânime dos oito réus por trama golpista



Brasília, 9 de setembro de 2025 — A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, nesta terça-feira, o julgamento do chamado núcleo 1 da alegada tentativa de golpe de Estado, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete auxiliares, incluindo generais e ex-ministros. O processo tem como relator o Ministro Alexandre de Moraes, seguido pelo voto do Ministro Flávio Dino — ambos favoráveis à condenação de todos os réus pelos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Voto do relator — Ministro Alexandre de Moraes

Em um voto extenso, com cerca de cinco horas de duração e quase 70 slides ilustrativos, o relator Alexandre de Moraes destacou que:

  • Bolsonaro teria liderado uma organização criminosa hierarquizada que atuou entre julho de 2021 e 8 de janeiro de 2023, com o objetivo de impedir ou deslegitimar o governo eleito e atacar o Judiciário. 

  • A organização teria usado órgãos públicos como a Abin e o GSI para perseguir adversários, disseminar desinformação sobre as urnas e intimidar a Justiça Eleitoral. Como exemplo, mencionou-se a agenda do general Augusto Heleno, com anotações consideradas golpistas. 

  • Bolsonaro teria realizado diversos atos públicos — como lives em 29/7/2021, 3 e 4/8/2021, além do discurso inflamado em 7 de setembro — nos quais questionava o processo eleitoral, ameaçava o Judiciário e sugeria não aceitar uma derrota democrática. 

  • Houve ainda menção a uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022 com comandantes das Forças Armadas, considerada “golpista”, além de documentos como a chamada “minuta do golpe” e o plano “Punhal Verde e Amarelo”, com indicação de assassinato de autoridades. 

  • Com base nesses elementos, o relator votou pela condenação dos oito réus — Jair Bolsonaro, Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto — pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado à União e deterioração de patrimônio tombado. 

Voto do Ministro Flávio Dino

Ministro Flávio Dino foi o segundo a votar, confirmando integralmente o pedido de condenação feito pelo relator, posicionando-se pela aplicação das penas de forma técnica e imparcial:

  • Dino ressaltou que o julgamento segue as regras do devido processo legal, sem motivações políticas, e defendeu que o combate a crimes contra a democracia é tão fundamental quanto a defesa da propriedade ou outros bens jurídicos. 

  • Ele destacou que os crimes em questão — abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L), tentativa de golpe de Estado (art. 359-M), organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio protegido — são graves, insuscetíveis de anistia e configuram tentativa efetiva, não meras cogitações. 

  • Dino anunciou que sugerirá penas mais severas para Bolsonaro e Braga Netto, reconhecendo-os como protagonistas, e penas menores para Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, por participação relativamente menor.

  • O placar parcial, agora, está em 2 a 0 a favor da condenação dos réus; ainda falta o voto dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. 

Próximos passos

O julgamento será retomado nesta quarta-feira (10), com a expectativa de mais três votos até sexta (12). Para a condenação ser confirmada, basta a maioria simples da turma (3 de 5 votos). Se houver condenação, a execução da pena só ocorrerá após o trânsito em julgado, conforme jurisprudência do STF: não há prisão imediata.

Claudio Ramos

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Prefeito Herbelh Mota assina projeto de lei para concurso público com 101 vagas em Baturité

 

Prefeito Herbelh Motta


 

O prefeito de Baturité, Herbelh Mota, assinou nesta segunda-feira (08/09/2025) o projeto de lei que autoriza a realização de um concurso público no município. A proposta prevê a abertura de 101 vagas em diversas áreas da administração pública, com o objetivo de fortalecer o quadro efetivo de servidores e garantir a melhoria dos serviços prestados à população.

De acordo com a gestão municipal, o projeto será encaminhado à Câmara Municipal, onde passará por votação antes da publicação do edital do concurso. Caso seja aprovado, a iniciativa representará uma oportunidade significativa para cidadãos de Baturité e de outras regiões do Estado que buscam estabilidade e ingresso no serviço público.

A realização do concurso também é vista como uma estratégia da prefeitura para otimizar o atendimento à população, aumentando a eficiência dos serviços e reforçando setores essenciais da administração municipal.

Claudio Ramos

A patologia bolsonarista parece não ter limites

 


No último dia 7 de setembro, data em que o Brasil comemora sua independência, o país foi palco de uma cena que misturou celebração cívica e tensões políticas profundas. Enquanto desfiles cívicos e celebrações tradicionais ocorreram nas principais cidades, manifestações organizadas por setores da extrema direita chamaram atenção, não apenas pelo caráter político, mas também pelos símbolos exibidos.

O que surpreendeu grande parte da população foi a exibição, em plena data nacional, de uma bandeira norte-americana por parte de manifestantes que reivindicam a anistia de seu principal líder político, atualmente julgado por tentativa de golpe de Estado. A presença de um símbolo de uma nação que impõe tarifas aos produtos brasileiros, causando prejuízos à economia local, não apenas provoca estranheza, mas também levanta questionamentos sobre o entendimento de soberania e patriotismo desses grupos.

O contexto se torna ainda mais grave diante do cenário institucional: nesta mesma semana, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal julga o caso que envolve o líder desses protestos, e o veredito, esperado até sexta-feira, é acompanhado com atenção e apreensão por toda a sociedade. A tensão entre manifestações públicas e o cumprimento da lei evidencia um momento delicado da democracia brasileira, em que símbolos, discursos e ações políticas se cruzam de maneira conflituosa.

Mais do que uma simples divergência política, o episódio do 7 de setembro reforça a necessidade de reflexão sobre o papel da cidadania, da história e da educação cívica no país. Celebrar a independência do Brasil vai além de desfiles e bandeiras: envolve respeito às instituições, à lei e à soberania nacional, valores que parecem ter sido esquecidos por alguns daqueles que se dizem defensores da pátria.

Claudio Ramos

Quando o povo decide, o Brasil melhora

  A direita mandou. A esquerda transformou. Quando o povo escolhe, o Brasil avança. Desde a redemocratização, o voto livre do povo brasileir...