O Brasil vive um momento de transformação desde que a população escolheu afastar-se do extremismo político liderado por Jair Bolsonaro, elegendo Luiz Inácio Lula da Silva como presidente em 2022. A postura de Lula tem sido marcada por um retorno às grandes arenas internacionais, participando de eventos como o G20, ONU, G7, entre outros, restaurando a presença do Brasil no centro das discussões globais. Recentemente, Lula lançou seu plano mais ambicioso: A Aliança Global Contra a Fome, buscando unir os países, especialmente os mais ricos, nesta causa. O objetivo é que
A Realidade da Fome no Mundo
Os números relacionados à fome são alarmantes. De acordo com o relatório da FAO de 2022, aproximadamente 828 milhões de pessoas no mundo enfrentam insegurança alimentar, um aumento significativo em comparação aos anos anteriores . Este dado é um reflexo claro do paradoxo em que vivemos: em um mundo onde a tecnologia e a ciência avançam rapidamente, milhões ainda sofrem com a fome.
A África Subsaariana e o Sul da Ásia são as regiões mais afetadas, representando a maior parte da população mundial subnutrida. Entretanto, a fome não se limita a esses locais, estando presente em diversas partes do mundo, inclusive em países desenvolvidos, onde as desigualdades sociais e econômicas persistem.
Reflexão Sobre o Paradoxo da Fome
A coexistência de avanços tecnológicos e da fome extrema destaca uma contradição gritante em nossa sociedade global. Em pleno século XXI, com recursos e conhecimentos abundantes, a fome deveria ser uma questão do passado. No entanto, ela persiste e até aumenta em algumas regiões. Este paradoxo evidencia uma falha sistêmica na distribuição de recursos e na implementação de políticas eficazes de segurança alimentar.
A Aliança Global Contra a Fome, proposto por Lula, surge como uma tentativa de resolver essa falha. A proposta busca não apenas fornecer ajuda emergencial, mas também criar estruturas sustentáveis que garantam a segurança alimentar a longo prazo. É um chamado para que os países ricos assumam uma responsabilidade maior na erradicação da fome, oferecendo apoio técnico e financeiro aos países em desenvolvimento.
Desigualdade e Políticas Públicas
A solução para a fome global não está apenas em doações e assistência emergencial, mas também em políticas públicas eficazes que promovam a igualdade e o desenvolvimento sustentável. Investir em agricultura sustentável, infraestrutura rural, educação e sistemas de saúde são passos cruciais para garantir que as comunidades possam se sustentar a longo prazo.
Além disso, é essencial combater as causas estruturais da fome, como a pobreza, a desigualdade de gênero e os conflitos. A fome é frequentemente usada como uma arma de guerra, e a instabilidade política pode agravar ainda mais a insegurança alimentar.
O desafio de erradicar a fome global é imenso, mas não impossível. A liderança de Lula e sua proposta de uma A Aliança Global Contra a Fome são passos importantes na direção certa. No entanto, será necessário um esforço conjunto de governos, organizações internacionais, ONGs e a sociedade civil para transformar este sonho em realidade. A fome não é apenas uma questão de falta de alimentos, mas de justiça social e de direitos humanos. Combatê-la é uma responsabilidade coletiva que deve ser assumida por todos nós.
No contexto da persistência da fome global e das desigualdades sociais, é possível argumentar que o sistema capitalista falhou em certos aspectos fundamentais. A análise pode ser baseada em alguns pontos críticos:
Concentração de Riqueza
O capitalismo, especialmente em sua forma neoliberal, tende a concentrar riqueza nas mãos de poucos, exacerbando as desigualdades sociais. Segundo a Oxfam, as 2.153 pessoas mais ricas do mundo possuem mais riqueza do que 4,6 bilhões de pessoas, que representam 60% da população global . Esta concentração extrema de riqueza implica que recursos que poderiam ser destinados a combater a fome e a pobreza estão, na verdade, acumulados de forma desproporcional.
Desigualdade e Exclusão
O sistema capitalista tem, frequentemente, excluído os mais vulneráveis e criado barreiras ao acesso a recursos básicos. A persistência da fome, mesmo em um mundo de abundância, é um exemplo claro dessa exclusão. A FAO estima que quase 828 milhões de pessoas passaram fome em 2021, um número que contrasta fortemente com os avanços tecnológicos e produtivos que poderiam, em teoria, eliminar a insegurança alimentar global .
Impacto Ambiental
A busca incessante por crescimento econômico no capitalismo muitas vezes leva a práticas insustentáveis que degradam o meio ambiente e comprometem a capacidade futura de produzir alimentos. A agricultura industrial, por exemplo, tem causado a degradação do solo, a contaminação da água e a perda de biodiversidade, fatores que contribuem para a insegurança alimentar a longo prazo.
Políticas Públicas Inadequadas
A falta de políticas públicas eficazes para redistribuir riqueza e garantir segurança alimentar é outra falha crítica. Muitas vezes, os governos são influenciados por interesses corporativos que priorizam lucros sobre o bem-estar social. Isto é evidente nas subsídios dados a grandes corporações agrícolas ao invés de apoiar agricultores familiares que poderiam contribuir para uma alimentação mais sustentável e equitativa.
Propostas e Alternativas
Embora haja críticas válidas ao capitalismo, também é importante reconhecer que existem propostas de reforma dentro do próprio sistema que podem mitigar esses problemas. Políticas de redistribuição de renda, investimentos em infraestrutura sustentável e iniciativas como A Aliança Global Contra a Fome proposto pelo presidente Lula são passos em direção a um sistema mais justo e inclusivo.
Conclusão
Diante desses pontos, é possível afirmar que o sistema capitalista, em sua forma atual, falhou em criar um mundo onde todos tenham acesso a necessidades básicas como alimentação. As críticas apontam para a necessidade de reformar ou até mesmo repensar profundamente o sistema para enfrentar de maneira eficaz os desafios da fome e da desigualdade. Portanto, enquanto o capitalismo trouxe avanços econômicos significativos, ele também precisa evoluir para se tornar mais inclusivo e sustentável.
Claudio Ramos