quinta-feira, 24 de abril de 2025

Governo do Ceará busca tecnologia chinesa para transformar lixo orgânico em fertilizante e impulsionar agricultura sustentável

 




O Governador Elmano de Freitas (PT) avança em negociações para trazer ao Ceará uma das tecnologias mais inovadoras do mundo em reciclagem orgânica, inspirada no modelo do Centro de Reciclagem Orgânica da Universidade Agrícola da China, visitado durante sua missão internacional nesta quarta-feira (23). A proposta visa converter resíduos orgânicos em fertilizantes agrícolas, alinhando sustentabilidade, economia e segurança alimentar.


A planta visitada na China processa 40 toneladas diárias de resíduos (restos de alimentos, podas urbanas e resíduos agrícolas) por meio de um sistema de digestão aeróbica acelerada, que em 24 horas transforma o material em 14 toneladas de fertilizante orgânico granulado. O processo, que não utiliza químicos sintéticos, reduz em 80% as emissões de metano comparado a aterros sanitários e custa 30% menos que métodos tradicionais de produção de fertilizantes.



O Ceará gera cerca de 4,5 mil toneladas de lixo por dia, sendo 52% orgânico (dados da Semace). A proposta é instalar unidades de processamento em regiões estratégicas, como o Vale do Jaguaribe (maior polo agrícola do estado) e a Região Metropolitana de Fortaleza. O fertilizante produzido seria destinado a cultivos de arroz, milho, flores tropicais e fruticultura irrigada, setores que hoje dependem de insumos importados.

Benefícios esperados:

·         Redução de custos: Substituir parcialmente a importação de fertilizantes, que consome US$ 120 milhões/ano no estado (dados da FAEC).

·         Geração de emprego: Criação de cooperativas para coleta seletiva em parceria com municípios.

·         Meio ambiente: Evitar o envio de 700 toneladas/dia de orgânicos para aterros, prolongando a vida útil desses espaços.


Elmano destacou que assinará um memorando de cooperação com a universidade chinesa para transferência de tecnologia e capacitação de técnicos cearenses. "Além do ganho ambiental, queremos baratear a produção de alimentos e fortalecer nossa autonomia agrícola", afirmou. O projeto piloto deve ser implementado em 2025, com investimento inicial de R$ 18 milhões via fundos climáticos internacionais.


A China recicla 65% de seus resíduos orgânicos, liderando iniciativas de economia circular na agricultura. Para o Ceará, a medida também é estratégica: o estado enfrenta secas recorrentes, e o fertilizante orgânico aumenta a retenção de água no solo, tornando-o mais resiliente às mudanças climáticas.

Esta iniciativa posiciona o Ceará na vanguarda da bioeconomia no Nordeste, integrando-se a projetos como o Cinturão Verde das Cidades (hortas urbanas) e o programa Agricultura Sustentável de Baixo Carbono.

Fontes: Governo do Ceará, FAEC, Semace, Universidade Agrícola da China.

Reportagem Claudio Ramos

 

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