quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Crise no bolsonarismo: planos de fuga, tarifas americanas e a liderança de Malafaia

 


O bolsonarismo atravessa uma de suas fases mais turbulentas desde os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Novos episódios recentes escancaram as contradições internas e a dependência do ex-presidente Jair Bolsonaro de figuras externas e religiosas para manter sua influência política.

Plano de fuga para a Argentina

Investigações revelaram discussões dentro do núcleo duro do bolsonarismo sobre um possível plano de fuga para a Argentina. A hipótese seria acionada em caso de prisão preventiva ou de uma condenação rápida por parte do Supremo Tribunal Federal. O tema, tratado inicialmente como especulação, ganha corpo diante da escalada de denúncias contra Bolsonaro e seus aliados.

Anistia "só se for para Bolsonaro"

O filho 03, Eduardo Bolsonaro, adotou tom duro ao falar de possíveis negociações no Congresso em torno de uma “anistia light” para os envolvidos em atos golpistas. Para ele, qualquer anistia só teria sentido se incluísse Jair Bolsonaro. A declaração, além de reforçar a centralidade do ex-presidente no projeto político da extrema-direita, joga pressão sobre parlamentares que defendem uma saída jurídica parcial para militantes presos.

Pressão internacional e tarifação americana

Enquanto enfrenta processos no Brasil, Bolsonaro tenta preservar sua imagem internacional. O ex-presidente recorreu ao advogado pessoal de Donald Trump para tecer elogios ao aliado republicano após os Estados Unidos anunciarem um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. A tentativa de se colocar como figura de articulação global, no entanto, é vista por analistas como uma manobra para manter viva a narrativa de alinhamento automático com Washington, mesmo em prejuízo da economia nacional.

Malafaia, o verdadeiro chefe

Em meio às movimentações políticas, cresce a percepção de que o pastor Silas Malafaia assumiu o papel de principal articulador do bolsonarismo. Com presença frequente em atos, discursos inflamados e proximidade pessoal com Bolsonaro, Malafaia aparece cada vez mais como a voz que pauta estratégias e discursos do grupo. Para setores da direita tradicional, o protagonismo do pastor demonstra o enfraquecimento institucional do bolsonarismo e a dependência de lideranças religiosas para manter mobilização de base.

Um movimento acuado

Os episódios recentes reforçam a ideia de que o bolsonarismo vive um momento defensivo: acuado pela Justiça, pressionado por sanções internacionais e com sua estrutura política cada vez mais submetida a lideranças externas. O futuro do movimento dependerá de até que ponto Jair Bolsonaro conseguirá evitar condenações e manter a fidelidade de sua base diante de tantas turbulências.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Ceder para agradar Trump? O preço da submissão

 

Governador de São Paulo Tarcísio de Freitas


A declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de que o Brasil poderia “entregar alguma coisa” a Donald Trump como gesto político, não é apenas uma frase de efeito. É um sintoma perigoso de uma visão de mundo em que a soberania nacional se torna moeda de troca em busca de prestígio externo.

Quando um líder brasileiro sugere que o país deve ceder para “agradar” um presidente estrangeiro, coloca em risco não apenas nossa autonomia, mas também a confiança da população em quem deveria defender os interesses nacionais.

O Brasil é uma das maiores economias do mundo, com riquezas estratégicas como terras raras, petróleo e biodiversidade. Não pode se dar ao luxo de submeter seus recursos ou suas instituições a chantagens simbólicas. Gesto político não pode significar submissão.

A fala de Tarcísio deve servir de alerta: soberania não se negocia. Ceder sob pressão externa é enfraquecer o país diante de um cenário internacional cada vez mais competitivo.

O Brasil precisa de líderes que pensem estrategicamente o futuro, e não de governantes dispostos a entregar conquistas nacionais em troca de uma foto ou um gesto de simpatia.

Claudio Ramos

 

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Datafolha aponta crescimento da preferência dos brasileiros pela democracia, passou de 69% para 74% segundo pesquisa.



O mais recente levantamento do Datafolha aponta que o índice de brasileiros que preferem a democracia à ditadura subiu de 69% para 74%. Este dado ganha ainda mais relevância em um momento crítico da história política brasileira, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) se aproxima da conclusão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de ser mentor da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, episódio que abalou as estruturas da democracia no país.

O aumento de 5 pontos percentuais no apoio à democracia indica uma sociedade mais consciente da importância das instituições democráticas e do papel da Justiça na proteção dos direitos fundamentais. Em paralelo, o Brasil tem testemunhado um crescimento na percepção pública sobre a necessidade de fortalecer mecanismos de controle e prevenção contra ameaças à ordem constitucional.

A pesquisa Datafolha encomendada pela OAB mostra que a democracia continua sendo a melhor forma de governo para a grande maioria dos brasileiros. 

Os que consideram que “em certas circunstâncias, é melhor uma ditadura do que um regime democrático” são 8%.

Já a parcela de brasileiros que trata democracia e ditadura com um “tanto faz” somam 13%. 





Pesquisas anteriores mostram que, apesar de crises políticas, a população brasileira mantém um compromisso histórico com o regime democrático. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e de outras sondagens apontam que a defesa da liberdade de expressão, da alternância de poder e do respeito às eleições são valores que cada vez mais orientam o pensamento político do cidadão comum. Este cenário é reforçado pelo contexto atual: a sociedade assiste de perto os desdobramentos do processo judicial que envolve figuras centrais da política nacional, e há uma clara percepção de que o sistema de pesos e contrapesos, garantido pela Constituição, é essencial para a manutenção da ordem democrática.

Além disso, o aumento no índice de apoio à democracia coincide com um movimento global de alerta contra o autoritarismo, mostrando que a população brasileira, mesmo diante de crises econômicas e políticas, continua a valorizar a democracia como fundamento da convivência civilizada e do progresso social.

O Datafolha ouviu 2.005 entrevistados em 130 cidades de todas as regiões do país. As entrevistas foram realizadas entre os dias 07 e 14 de julho de 2025. A margem de erro para o total da amostra é de  2,0 pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. 

Portanto, a pesquisa do Datafolha não apenas reflete um dado estatístico: ela é um indicativo de maturidade política, um reforço de que o povo brasileiro reconhece o valor de suas instituições e a necessidade de defender a democracia contra quaisquer tentativas de retrocesso. Este é um momento para reflexão e para reafirmar o compromisso com a cidadania e com o Estado de Direito.


Claudio Ramos 


terça-feira, 12 de agosto de 2025

MEC compra prédio para instalação do campus da Unilab em Baturité

 



O Ministério da Educação (MEC) confirmou a compra, por R$ 7 milhões, do prédio do Colégio das Irmãs Salesianas, em Baturité, que abrigará o campus da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). A aquisição marca um passo decisivo para a implantação do curso de Medicina na cidade e era uma das metas defendidas pelo governador Elmano de Freitas desde o início de sua gestão.

A proposta foi homologada em março de 2024 pelo governador Elmano de Freitas e pela então secretária-executiva do MEC, Izolda Cela. Já em julho, o Governo do Ceará, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, alinhou a implantação do curso com a construção do futuro Hospital Regional do Maciço, garantindo que a formação médica esteja integrada às demandas locais de saúde.

Em agosto, foi realizada a aula inaugural, reunindo autoridades e os 46 primeiros alunos, incluindo estudantes internacionais. Na ocasião, foram anunciados R$ 60 milhões em investimentos — R$ 50 milhões destinados à construção e aquisição do campus e R$ 10 milhões para a compra de equipamentos.

O projeto prevê ainda a futura abertura de cursos de Psicologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional e outras áreas da saúde, consolidando Baturité como um polo de formação de profissionais para o interior do Estado.

Com a compra do prédio e o planejamento estruturado, a instalação definitiva do campus da Unilab em Baturité se aproxima, fortalecendo a educação, ampliando oportunidades e contribuindo para o desenvolvimento da rede de saúde do Maciço de Baturité.

Claudio Ramos

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Programa Minha Casa, Minha Vida: Mais de 2.700 municípios selecionados para novas moradias em todo o Brasil, incluindo o Maciço de Baturité

 





O Governo Federal anunciou recentemente a seleção de mais de 2.700 municípios para receberem unidades habitacionais pelo programa Minha Casa, Minha Vida. O foco principal são as áreas urbanas com até 50 mil habitantes, abrangendo cidades de todo o país, com um investimento previsto superior a R$ 4,2 bilhões.

No total, serão construídas mais de 60 mil unidades habitacionais, beneficiando famílias com renda mensal de até R$ 2.850, proporcionando acesso à moradia digna e melhor qualidade de vida.

Maciço de Baturité também está contemplado

Diversas cidades da região do Maciço de Baturité foram incluídas no programa, reforçando o compromisso com o desenvolvimento social da região. Confira o número de unidades habitacionais previstas para cada município:

MunicípioUnidades Habitacionais
Araçoiaba40
Aratuba20
Barreira20
Baturité50
Capistrano20
Guaramiranga25
Itapiúna20
Mulungu20
Ocara25
Pacoti20
Palmácia25
Redenção50

Impactos sociais e econômicos

Esse volume de investimentos não só ajuda a reduzir o déficit habitacional, mas também gera empregos locais durante as obras, movimenta a economia regional e promove a inclusão social das famílias beneficiadas.

Além disso, a iniciativa destaca o compromisso do governo com a moradia popular, especialmente em cidades menores, onde a oferta habitacional costuma ser mais limitada.

Claudio Ramos


domingo, 10 de agosto de 2025

Conselho da Petrobras aprova retomada de distribuição de gás de cozinha



O governo, através da Petrobras, aprovou o retorno da empresa à distribuição de gás de cozinha, marcando uma mudança em relação à decisão anterior de privatização da Liquigás. Essa decisão ocorre em um contexto de preocupação com o preço do gás de cozinha, com o governo buscando reduzir o valor do botijão para os consumidores. 

Contexto da decisão:
  • Privatização da Liquigás:
    Em 2020, a Petrobras vendeu a Liquigás, empresa responsável pela distribuição de gás de cozinha, para um consórcio liderado pela Copagaz. 
  • Preocupação com o preço:
    O governo demonstrou insatisfação com o preço do gás de cozinha, que tem aumentado significativamente, chegando a R$ 110, R$ 120 ou até R$ 140, enquanto o custo na Petrobras seria de R$ 37, segundo o SBT News. 
  • Retorno à distribuição:
    O conselho da Petrobras aprovou o retorno da empresa à distribuição de gás de cozinha, revertendo a decisão de privatização. 
  • Sem previsão de retorno aos postos:
    A Petrobras não tem planos imediatos de retornar à distribuição de combustíveis líquidos em postos de gasolina, devido a um contrato de não concorrência com a Vibra Energia. 
Possíveis impactos:
  • Redução do preço do gás:
    O retorno da Petrobras à distribuição pode gerar maior concorrência e, consequentemente, levar à redução do preço do gás de cozinha para o consumidor.
  • Fortalecimento da Petrobras:
    A retomada da distribuição de gás pode fortalecer a empresa e gerar novos negócios, embora analistas apontem para possíveis desafios em termos de margens e alocação de capital.
  • Debate sobre a atuação da estatal:
    A decisão reacende o debate sobre a atuação da Petrobras no mercado, com a empresa tendo que equilibrar a busca por lucro com a responsabilidade social. 
Informações adicionais:
  • O governo também oferece o Auxílio Gás, um benefício para famílias de baixa renda para auxiliar no custo do gás de cozinha, 
  • O Auxílio Gás é pago em meses alternados, no valor de 50% da média do preço nacional de referência do botijão de 13 kg. 
  • Para receber o benefício, é necessário estar inscrito no Cadastro Único e ter renda familiar mensal menor ou igual a meio salário-mínimo por pessoa. 

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

O Brasil Refém da Extrema Direita: Entre a Soberania e a Submissão

 



Estamos vivenciando um momento muito difícil no Brasil. Um tempo em que é preciso separar os verdadeiros patriotas dos bolsonaristas — aqueles que usam o discurso do amor à pátria para, na prática, trabalhar contra os interesses do povo brasileiro.

O governo dos Estados Unidos anunciou uma taxação de até 50% sobre produtos brasileiros exportados para seu território. Diante dessa medida injusta, o governo do presidente Lula tem se posicionado com firmeza, defendendo a soberania nacional e se recusando a ceder às chantagens do governo norte-americano. Do outro lado, surgem vozes internas que conspiram contra o país.

Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, atua nos bastidores incentivando a pressão estrangeira. Seu irmão, Flávio Bolsonaro, chegou ao cúmulo de afirmar em entrevista à GloboNews que o Brasil deveria se submeter à interferência dos EUA, inclusive no nosso Poder Judiciário, para "anistiar" seu pai. É a defesa aberta de uma submissão vergonhosa, que atenta contra a independência dos nossos três poderes.

A família Bolsonaro, apoiada por setores da extrema direita no Congresso e por governadores como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Júnior (PR), Cláudio Castro (RJ) e Ronaldo Caiado (GO), tenta sequestrar o país e inverter a lógica dos fatos. Em vez de cobrar responsabilidade do governo norte-americano, culpam o presidente Lula pelo chamado "tarifaço", numa inversão perversa da realidade.

O descontrole institucional se agravou ainda mais com os episódios no Congresso Nacional. Deputados bolsonaristas, especialmente do PL, impediram a abertura dos trabalhos legislativos. Com isso, ameaçam a votação de projetos fundamentais para o povo, como:

  • A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil;

  • A redução da conta de energia para as famílias mais pobres;

  • Entre outras pautas urgentes para o Brasil real — o Brasil do trabalhador, da mãe solo, do agricultor, do estudante.

O que estamos presenciando é um golpe branco, silencioso, articulado por dentro das instituições. Somos reféns de um projeto de poder que não aceita a democracia quando não está no comando. O país está sendo sabotado por quem deveria defendê-lo.

É hora de reagir. O Brasil precisa escolher entre a soberania nacional e a submissão vergonhosa. Entre o progresso coletivo e o caos fabricado por interesses mesquinhos.

A hora é agora. A omissão pode nos custar caro demais.


Claudio Ramos

Exclusão ou Inclusão? Justiça Suspende Curso de Medicina para Acampados do MST em Pernambuco

  A Justiça Federal de Pernambuco decidiu, nesta quarta-feira (1º), suspender o edital da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que cr...