A batalha contra o coronavirus não é fácil ainda mais quando do lado do vírus um aliado de peso faz com que essa guerra se torne dificultosa. O EL PAIS traz uma matéria no dia 21/01/2021 escrita pela jornalista Eliane Brum, assustadora sobre as ações do governo federal no combate ao novo coranavírus, atuando como um aliado do vírus. O tema da matéria Pesquisa revela que Bolsonaro executou uma “estratégia institucional de propagação do coronavírus”
MARÇO(SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 10:
1º-7/03/2020)
CASOS ACUMULADOS: 19
- ÓBITOS ACUMULADOS: 0
“Pequena crise”
Uma portaria da
Fundação Nacional do Índio (FUNAI) tenta abrir uma brecha para o acesso de não
indígenas, “em caráter excepcional”, com o objetivo de realizar “atividades
essenciais” em territórios de povos isolados. A medida busca usar a covid-19
para criar uma porta de acesso a comunidades que nunca tiveram contato com não
indígenas (nem com seus vírus e bactérias) ou que decidiram viver sem contato.
O que Bolsonaro diz:
“OBVIAMENTE TEMOS NO MOMENTO UMA CRISE, UMA PEQUENA
CRISE. NO MEU ENTENDER, MUITO MAIS FANTASIA. A QUESTÃO DO CORONAVÍRUS, QUE NÃO
É ISSO TUDO QUE A GRANDE MÍDIA PROPALA OU PROPAGA PELO MUNDO TODO
EM 7/3, EM MIAMI, NA FLÓRIDA, REGIÃO CONSIDERADA DE ALTO RISCO. PELO
MENOS 23 PESSOAS DE SUA COMITIVA FORAM INFECTADAS
ABRIL(SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 15:
5-10/4)
CASOS
ACUMULADOS: 20.818 - ÓBITOS ACUMULADOS: 699
Troca de ministro
UESLEI MARCELINO / REUTERS
Bolsonaro demite o ministro da Saúde durante a
pandemia. Luiz Henrique Mandetta, além de político, é médico. A principal razão
da demissão é a discordância sobre o uso da cloroquina e sobre a atuação
pautada pelas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao final de
março, segundo Mandetta, o presidente passou a
buscar assessoria para se contrapor aos dados e à estratégia do Ministério da
Saúde: “O Palácio do Planalto passou a ser frequentado por médicos
bolsonaristas. (...) Ele [Bolsonaro] queria no seu entorno pessoas que
dissessem aquilo que ele queria escutar. (...) Nunca na cabeça dele houve a
preocupação de propor a cloroquina como um caminho de saúde. A preocupação dele
era sempre: ‘Vamos dar esse remédio porque, com essa caixinha de cloroquina na
mão, os trabalhadores voltarão à ativa, voltarão a produzir’. (...) O projeto
dele para o combate à pandemia é dizer que o governo tem o remédio e quem tomar
o remédio vai ficar bem. Só vai morrer quem ia morrer de qualquer maneira”.
O Congresso aprova o auxílio emergencial de 600 reais,
medida parlamentar que seria equivocadamente associada a Bolsonaro por grande
parte dos beneficiados, resultando em aumento de popularidade para o
presidente.
O que Bolsonaro diz:
“E DAÍ? LAMENTO, QUER QUE FAÇA O QUÊ? EU SOU
‘MESSIAS’, MAS EU NÃO FAÇO MILAGRE
28/4, AO COMENTAR O NÚMERO DE MORTOS DURANTE UMA ENTREVISTA, FAZENDO
REFERÊNCIA AO SEU NOME DO MEIO
MAIO(SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 19:
3-9/5)
CASOS
ACUMULADOS: 155.939 - ÓBITOS ACUMULADOS: 3.877
Guerra com Estados
JOÉDSON ALVES / EFE
Bolsonaro usa
decretos para boicotar as determinações de prevenção e combate à covid-19 de
estados e municípios. Para isso, amplia o entendimento do que é atividade
essencial durante uma pandemia e que, portanto, pode seguir funcionando apesar
do agravamento da emergência sanitária. Assim, a área de construção civil,
salões de beleza e barbearias, academias de esporte de todas as modalidades e
serviços industriais em geral passam a ser “atividades essenciais”.
O presidente tenta
ainda isentar os agentes públicos de serem responsabilizados, civil e
administrativamente, por atos e omissões no enfrentamento da pandemia.
Bolsonaro também veta o auxílio emergencial de 600 reais mensais instituído
pelo Congresso a pescadores artesanais, taxistas, motoristas de aplicativo,
motoristas de transporte escolar, entregadores de aplicativo, profissionais
autônomos de educação física, ambulantes, feirantes, garçons, babás, manicures,
cabeleireiros e professores contratados que estejam sem receber salário. Pela
lei aprovada pelo parlamento, essas categorias seriam contempladas pelo auxílio
emergencial, para que pudessem fazer isolamento para se proteger do vírus.
O novo ministro da Saúde, médico Nelson Teich, se demite:
“Não vou manchar a minha história por causa da cloroquina”. Assume o posto,
interinamente, o general da ativa Eduardo Pazuello. Em solenidade oficial, o
militar afirmou que, antes de assumir o cargo, “nem sabia o que era o SUS”. A
militarização do ministério se amplia ainda mais. Um protocolo do Ministério da
Saúde determina o uso de cloroquina para todos os casos de covid-19,
medicamento comprovadamente sem eficácia para combater o novo coronavírus.
Bolsonaro abre
guerra contra governadores. O Conselho Nacional da Saúde denuncia que mais de 8
bilhões de reais destinados ao combate à pandemia deixaram de ser repassados
aos estados e municípios, que sofrem com a falta de insumos básicos,
respiradores e leitos. O CNS lança a campanha “Repassa já!”.
O que Bolsonaro diz:
“SE FOR ISSO MESMO, É GUERRA. SE QUISEREM EU VOU A
SÃO PAULO, VOCÊS TÊM QUE LUTAR CONTRA O GOVERNADOR
14/5, EM VIDEOCONFERÊNCIA PROMOVIDA PELA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO
ESTADO DE SÃO PAULO (FIESP), INCITANDO OS EMPRESÁRIOS A LUTAR CONTRA O
'LOCKDOWN'
JUNHO(SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 24:
7-13/6)
CASOS ACUMULADOS: 850.514
- ÓBITOS ACUMULADOS: 42.720
Apagão de dados
Bolsonaro incita
seus seguidores a invadir hospitais e filmar, com a justificativa de que os
números de doentes e de ocupação de leitos estão inflacionados. Em 3 de junho,
o Governo divulga dados sobre a covid-19 com atraso, após as 22h. Em 5 de
junho, o site do Ministério da Saúde sai do ar e retorna no dia seguinte apenas
com informações das últimas 24 horas. A tentativa de encobrir os números de doentes e de mortos por
covid-19 é denunciada pela imprensa. A sociedade perde a confiança nos dados
oficiais e seis dos principais jornais e sites de jornalismo —G1, O Globo,
Extra, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e UOL— formam um consórcio para
registrar os números da pandemia.
O que Bolsonaro diz:
“ARRANJA UMA MANEIRA DE ENTRAR E FILMAR. MUITA
GENTE TÁ FAZENDO ISSO, MAS MAIS GENTE TEM QUE FAZER PARA MOSTRAR SE OS LEITOS
ESTÃO OCUPADOS OU NÃO, SE OS GASTOS SÃO COMPATÍVEIS OU NÃO
10/6, EM TRANSMISSÃO AO VIVO NO FACEBOOK
JULHO(SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 28:
5-11/7)
CASOS
ACUMULADOS: 1.839.850 - ÓBITOS ACUMULADOS: 71.469
Vetos de maldade
ERALDO PERES / AP
Bolsonaro veta a
obrigatoriedade do uso de máscaras em estabelecimentos comerciais e
industriais, templos religiosos, escolas e demais locais fechados em que haja
reunião de pessoas. Também veta a multa aos estabelecimentos que não
disponibilizem álcool em gel a 70% em locais próximos às suas entradas,
elevadores e escadas rolantes.
Bolsonaro veta a
obrigação dos estabelecimentos em funcionamento durante a pandemia de fornecer
gratuitamente a seus funcionários e colaboradores máscaras de proteção
individual. Veta ainda a obrigação de afixar cartazes informativos sobre a
forma de uso correto de máscaras e de proteção individual nos estabelecimentos
prisionais e nos estabelecimentos de cumprimento de medidas socioeducativas.
Bolsonaro veta
medidas de proteção para comunidades indígenas durante a pandemia de Covid-19.
Entre elas: o acesso a água potável, materiais de higiene e limpeza, leitos
hospitalares e de UTIs, ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea,
materiais informativos sobre a covid-19 e internet nas aldeias. Veta também a
obrigação da União de distribuir alimentos aos povos indígenas, durante a pandemia,
na forma de cestas básicas, sementes e ferramentas.
O Exército paga 167% a mais pelo principal insumo
da cloroquina, com a seguinte justificativa: “produzir esperança para corações aflitos”.
Ao criticar a
militarização do Ministério da Saúde, o ministro do STF Gilmar Mendes define a
resposta do governo federal à pandemia como “genocídio”: “Não podemos mais
tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. (...) É preciso
dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse
genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso”.
O que Bolsonaro diz:
“LAMENTO AS MORTES. MORRE GENTE TODO DIA, DE UMA
SÉRIE DE CAUSAS. É A VIDA
30/7, EM MEIO A UMA AGLOMERAÇÃO EM BAGÉ, NO RIO GRANDE DO SUL
AGOSTO(SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 32:
2-8/8)
CASOS
ACUMULADOS: 3.012.412 - ÓBITOS ACUMULADOS: 100.477
Ataque à vacina
Bolsonaro veta
integralmente o projeto de lei que determina compensação financeira paga pela
União a profissionais e trabalhadores de saúde que ficarem incapacitados por
atuarem no combate à covid-19.
O Governo Bolsonaro
ignora a proposta da Pfizer, que garante a entrega do primeiro lote de vacinas
em 20 de dezembro de 2020.
O Ministério da Saúde rejeita a doação de pelo menos 20 mil
kits de testes PCR para covid-19 da empresa LG International, dois meses
após a oferta.
O
que Bolsonaro diz:
“NINGUÉM PODE OBRIGAR NINGUÉM A TOMAR VACINA
31/8, EM CONVERSA COM APOIADORES NO JARDIM DO PALÁCIO DO ALVORADA
SETEMBRO(SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 37:
6-12/9)
CASOS
ACUMULADOS: 4.315.687 - ÓBITOS ACUMULADOS: 131.210
Militar na Saúde
Uma resolução de
Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
flexibiliza ainda mais a prescrição de ivermectina e nitazoxanida, dispensando
a retenção de receita médica para a venda em farmácias. Os medicamentos são
propagandeados pelo governo como eficazes para a covid-19, mas estudos
científicos mostram que não diminuem a gravidade da doença nem impedem a morte
de pacientes. O general da ativa Eduardo Pazuello é efetivado como ministro da
Saúde.
O que Bolsonaro diz:
“ESTAMOS PRATICAMENTE VENCENDO A PANDEMIA. O
GOVERNO FEZ TUDO PARA QUE OS EFEITOS NEGATIVOS DA MESMA FOSSEM MINIMIZADOS,
AJUDANDO PREFEITOS E GOVERNADORES COM NECESSIDADES NA SAÚDE
11/9, EM AGLOMERAÇÃO NA BAHIA
OUTUBRO(SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 41:
4-10/10)
CASOS
ACUMULADOS: 5.082.637 - ÓBITOS ACUMULADOS:150.198
“Vacina chinesa”
AMANDA PEROBELLI / REUTERS
Bolsonaro afirma
que a pandemia foi superdimensionada, mente que a cloroquina garante 100% de
cura se usada no início dos sintomas e cancela a compra de 46 milhões de doses
da vacina chinesa Coronavac pelo Ministério da Saúde: “O povo brasileiro não
será cobaia de ninguém”.
O que Bolsonaro diz:
“ESTÁ ACABANDO A PANDEMIA [NO BRASIL]. ACHO
QUE [O JOÃO DORIA, GOVERNADOR DE SÃO PAULO] QUER VACINAR O PESSOAL NA
MARRA RAPIDINHO PORQUE [A PANDEMIA] VAI ACABAR E DAÍ ELE FALA: ‘ACABOU POR
CAUSA DA MINHA VACINA’. QUEM ESTÁ ACABANDO É O GOVERNO DELE, COM TODA CERTEZA”
(...) O QUE EU VEJO NA QUESTÃO DA PANDEMIA? ESTÁ INDO EMBORA, ISSO JÁ
ACONTECEU, A GENTE VÊ LIVROS DE HISTÓRIA.”
EM 30/10, EM DECLARAÇÕES TRANSMITIDAS POR UM SITE BOLSONARISTA
NOVEMBRO(SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 45:
1º-7/11)
CASOS
ACUMULADOS: 5.653.561 - ÓBITOS ACUMULADOS:162.269
Produção de mentiras
Apesar de todos os
fatos e números em contrário, Bolsonaro afirma que o Brasil foi um dos países
que menos sofreu com a pandemia. Segue atacando a vacina.
O que Bolsonaro diz:
“MORTE, INVALIDEZ, ANOMALIA. ESTA É A VACINA QUE O
[JOÃO] DORIA QUERIA OBRIGAR TODOS OS PAULISTANOS A TOMAR. O PRESIDENTE DISSE
QUE A VACINA JAMAIS PODERIA SER OBRIGATÓRIA. MAIS UMA QUE JAIR BOLSONARO GANHA
EM 10/11, NO FACEBOOK, AO COMEMORAR A SUSPENSÃO DOS TESTES DA VACINA
CORONAVAC
DEZEMBRO(SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 50:
6-12/12)
CASOS ACUMULADOS: 6.880.127
- ÓBITOS ACUMULADOS: 181.123
Qual é o plano?
ERALDO PERES / AP
Bolsonaro anuncia
que não vai se vacinar e atua para criar pânico na população, referindo-se a
terríveis efeitos colaterais. Em resposta ao questionamento do Supremo Tribunal
Federal, o Ministério da Saúde apresenta o Plano Nacional de Operacionalização da
Vacinação. O Governo, porém, ainda não tem vacina a oferecer nem
cronograma confiável de vacinação. Onze ex-ministros da Saúde de diferentes
partidos publicam artigo denunciando “desastrada e ineficiente condução do MS
em relação à estratégia brasileira de vacinação da população contra a
covid-19”. Ainda não há plano emergencial para os indígenas. Diz o ministro
Luís Roberto Barroso, do STF: “Impressiona que, após quase 10 meses de
pandemia, não tenha a União logrado o mínimo: oferecer um plano com seus
elementos essenciais, situação que segue expondo a risco a vida e a saúde dos
povos indígenas”.
O que Bolsonaro diz:
“A PANDEMIA, REALMENTE, ESTÁ CHEGANDO AO FIM. TEMOS
UMA PEQUENA ASCENSÃO, AGORA, QUE CHAMA DE PEQUENO REPIQUE QUE PODE ACONTECER,
MAS A PRESSA DA VACINA NÃO SE JUSTIFICA. (...) VÃO INOCULAR ALGO EM VOCÊ. O SEU
SISTEMA IMUNOLÓGICO PODE REAGIR, AINDA DE FORMA IMPREVISTA
19/12, EM ENTREVISTA AO PROGRAMA DE UM DE SEUS FILHOS NO YOUTUBE
JANEIRO DE 2021, ATÉ O DIA
16(SEMANA
EPIDEMIOLÓGICA 2:10-16/1)
CASOS ACUMULADOS: 8.455.059
- ÓBITOS ACUMULADOS: 209.296
Mortos por asfixia
BRUNO KELLY / REUTERS
O Ministério das
Relações Exteriores afirma ter comprado 2 milhões de doses da vacina da
AstraZeneca/Oxford da Índia. Nos dias seguintes, o governo federal organiza uma
grande operação de propaganda, incluindo a divulgação massiva na mídia e
adesivagem de um Airbus da Azul Linhas Aéreas, que faria uma “viagem histórica”
com o slogan: “Vacinação - Brasil imunizado - Somos uma só nação”. Bolsonaro
chega a enviar uma carta ao Primeiro Ministro da Índia solicitando urgência no
envio das doses, mas a operação é suspensa pela Índia. Diante do colapso da
saúde em Manaus, com pacientes morrendo asfixiados por falta de oxigênio na
rede hospitalar, o ministro da Saúde, general da ativa Eduardo Pazuello,
declara: “O que você vai fazer? Nada. Você e todo mundo vão esperar chegar o
oxigênio para ser distribuído”.
Bolsonaro veta
parte da Lei Complementar nº 177, de 12/1/20, aprovada por ampla maioria no
Senado (71 x1 votos) e na Câmara dos Deputados (385 x 18 votos). Segundo a
Agência FAPESP, vetos presidenciais
subtraem 9,1 bilhões de reais dos investimentos em ciência, tecnologia e
inovação neste ano, impedindo que o Brasil desenvolva uma vacina contra a
covid-19, apesar de ter infraestrutura e recursos humanos
suficientes. Comunidades acadêmica e empresarial mobilizam-se para derrubada
dos vetos,
O que Bolsonaro diz:
“O BRASIL ESTÁ QUEBRADO, CHEFE. EU NÃO CONSIGO
FAZER NADA. EU QUERIA MEXER NA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA, TÁ, TEVE ESSE VÍRUS,
POTENCIALIZADO PELA MÍDIA QUE NÓS TEMOS, ESSA MÍDIA SEM CARÁTER
5/1, NA SAÍDA DO PALÁCIO DO PLANALTO
O presidente Jair
Bolsonaro tem dito falsamente que o Supremo Tribunal Federal proibiu o Governo
Federal de atuar na gestão da pandemia, que essa responsabilidade ficaria a
cargo de Estados e municípios. A própria corte, no entanto, veio a público
rebater o presidente e disse que a decisão não o eximia de suas
responsabilidades. Bolsonaro também tem repetido que as medidas de isolamento
social não podem prevalecer sobre o funcionamento da economia, sob pena de
piorar o panorama geral do país. O Governo destaca que promoveu, com o auxílio
emergencial, um dos maiores programas do mundo de auxílio financeiro para os
mais vulneráveis, encerrado em dezembro.
Já o Ministério da
Saúde diz que tem amparado Estados e municípios com a transferência de recursos
e insumos e mantém um discurso de que o tratamento precoce para a covid-19, com
remédios sem eficácia comprovada, é capaz de evitar que a doença se agrave.