As vacinas são consideradas uma das maiores conquistas da medicina, salvando milhões de vidas ao redor do mundo. No entanto, poucos conhecem a origem dessas poderosas aliadas da saúde pública.
A história das vacinas remonta ao final do século XVIII, quando o médico inglês Edward Jenner observou que as vacas que contraíam varíola bovina não desenvolviam a varíola humana. Baseado nessa descoberta, Jenner fez experimentos nos quais inoculava o líquido proveniente das vesículas da varíola bovina em pessoas saudáveis. Os resultados foram surpreendentes: aqueles que recebiam a inoculação não contraiam a varíola humana.
Essa experiência pioneira de Jenner foi um marco na medicina e deu início ao estudo e desenvolvimento das vacinas. Desde então, a imunização se tornou uma ferramenta crucial para o controle e erradicação de diversas doenças.
O Brasil, ao longo dos anos, tornou-se referência mundial em vacinação, com programas eficientes e altos índices de cobertura vacinal. Graças a isso, doenças como a poliomielite, o sarampo e a rubéola foram praticamente eliminadas do país.
No entanto, nos últimos anos, enfrentamos um grave obstáculo para manter esses avanços: a negação da ciência por parte de um governo. Durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, vivenciamos um período em que a desinformação e o questionamento dos benefícios da vacinação se tornaram frequentes.
A defesa de medicamentos sem comprovação científica, como a cloroquina, e a disseminação de teorias conspiratórias sobre os efeitos das vacinas trouxeram consequências graves para a saúde pública brasileira. A cobertura vacinal, que antes era alta e mantinha doenças sob controle, sofreu uma queda histórica.
Como resultado, doenças que estavam controladas no país começaram a ressurgir. O sarampo, por exemplo, voltou a ser uma preocupação, atingindo especialmente crianças e jovens que não foram devidamente imunizados.
Diante desse desafio, é fundamental reconstruir os altos percentuais de cobertura vacinal no Brasil. O caminho envolve não apenas ações de conscientização e promoção da importância da vacinação, mas também a retomada do investimento em programas de imunização, bem como o fortalecimento das instituições de saúde pública.
A história das vacinas é marcada por grandes avanços e contribuições para a saúde da humanidade, mas, para que esses benefícios sejam efetivos, é crucial combater a desinformação e garantir que a ciência ocupe o lugar de destaque que merece.
Com relação à vacinação antes e depois de 2019. Vale ressaltar que ano de 2019 foi marcado por uma série de acontecimentos no país, como a ascensão do Governo Bolsonaro, que constantemente expressou opiniões negativas em relação à vacinação, além da disseminação de informações anti-vacinação por diferentes canais, como as redes sociais.
Antes de 2019, o Brasil apresentava altas taxas de vacinação. Em 2018, por exemplo, o país alcançou uma cobertura vacinal superior a 95% para a maioria das vacinas do Programa Nacional de Imunizações, segundo dados do Ministério da Saúde. Esses números indicavam uma adesão positiva da população às vacinações recomendadas pelo programa, garantindo a proteção contra diversas doenças.
Antes de 2019, o Brasil apresentava altas taxas de vacinação. Em 2018, por exemplo, o país alcançou uma cobertura vacinal superior a 95% para a maioria das vacinas do Programa Nacional de Imunizações, segundo dados do Ministério da Saúde. Esses números indicavam uma adesão positiva da população às vacinações recomendadas pelo programa, garantindo a proteção contra diversas doenças.
No entanto, após 2019, é possível observar um aumento nos índices de negacionismo e hesitação em relação à vacinação. Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha em 2020, cerca de 22% dos brasileiros declararam que não tomariam a vacina contra a COVID-19, mesmo após ser disponibilizada. Outra pesquisa, conduzida pelo Instituto Ipsos em parceria com o Fórum Econômico Mundial, apontou que apenas 69% dos brasileiros estavam dispostos a se vacinar quando uma vacina contra a COVID-19 estivesse disponível, em comparação com médias mais altas registradas em outros países.
Essa relutância em relação à vacinação pode ser um reflexo da disseminação de informações falsas ou distorcidas, contudo, ressaltamos novamente que o negacionismo em relação à vacinação não pode ser atribuído unicamente ao Governo Bolsonaro, mas a uma multiplicidade de fatores.
É fundamental ressaltar que a vacinação é uma das principais medidas de prevenção de doenças, sendo essencial combater a desinformação e promover a conscientização sobre a importância das vacinas para a saúde pública.
Portanto, a reconstrução da cobertura vacinal no Brasil é um desafio urgente, que requer o engajamento de toda a sociedade para retomar o controle sobre doenças que, um dia, estiveram sob controle.
Claudio Ramos
13/09/2023
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