sábado, 11 de janeiro de 2020

CADASTRO POSITIVO, VOCÊ VAI ESTAR NELE?


O Cadastro Positivo, que reúne informações sobre os pagamentos de pessoas físicas e jurídicas, está disponível a partir deste sábado (11). Com o histórico de cada consumidor que terá uma nota (de 0 a 1000) calculada a partir de informações dos birôs de crédito - Serasa, Boa Vista, Quod e SPC. A expectativa é de que ao final desta primeira etapa, aproximadamente 120 milhões de consumidores passem a fazer parte do Cadastro Positivo. Todos os brasileiros serão incluídos no Cadastro de forma compulsória.

O objetivo do Cadastro, é que com as informações reunidas de dados financeiros dos clientes facilitará para as empresas e bancos concederem crédito, ou seja, diminuindo os riscos da operação de crédito. A partir disso, a expectativa é que haja menos burocracia no acesso ao crédito e ainda com juros menores. Um outro benefício é que com o Cadastro deve haver uma redução nos níveis de inadimplência, que em dezembro de 2019 o percentual de famílias com dívidas alcançou 65,6%, chegando ao maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

 desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 11,9%.
A partir dessa introdução passo a pontuar sobre o cadastro positivo, primeiro pela sua natureza compulsória, ou seja, incluindo o nome da pessoa sem a sua anuência. Condição primeira para iniciar um negócio entre as duas partes. Segundo, cria um banco de dados que diminui a busca do histórico do cliente, acarretando uma caça dos agentes financeiros aos “bons clientes”. Terceiro é a injustiça cometida aos que o “mercado financeiro” irá expurgar, 65,6% de pessoas endividadas é algo assombroso num país em desenvolvimento. 

Não se buscou ao meu ver, as razões desse aumento de inadimplentes, não se buscou os porquês. A nossa economia sofreu vários ataques nos últimos anos, se agravando muito pós eleições de 2014, quando além da crise econômica mundial tivemos no Brasil o acirramento político,  uma guerra ideológica que paralisou nossa economia, movida por ambições classistas que esqueceu a população brasileira.

Bolsa de Valores
A consequência disso tudo, aumento do desemprego, perda de direitos trabalhistas, diminuição da capacidade de investimento do Estado nas áreas sociais estratégicas, privatizações de setores importantes do País, reforma da previdência que atingiu diretamente a maioria da população brasileira.

A polução sem empregos perde a capacidade de honrar seus compromissos, não tendo como  pagar as dívidas ou trazer alimentos para a mesa. As tarifas de agua, energia, o aumento dos produtos, da gasolina, da carne, material escolar e o fim do ganho real do salário mínimo, formam uma equação que justifica o enorme aumento da inadimplência no Brasil.

Não há nenhuma movimentação na equipe econômica do atual governo nesta direção, o tal programa verde amarelo que busca recursos na taxação dos desempregados não pode ser uma solução para o momento, chega a ser vexaminoso, o Congresso já mostra que não será fácil de ser aprovado, 1.900 emendas apresentadas sendo o maior impedimento a taxação do seguro desemprego. Acredito que se aprovado será algo totalmente diferente do desejado pelo posto Ipiranga.

Falta ao governo vontade política para solucionar esse alto índice de inadimplemento da nossa população, ela não pode ser jogada ao léu e não ser o culpado, nem o crédito beneficiar somente a um setor da população brasileira, o governo precisa se voltar para essa centena de milhões de brasileiros que foram atingidos por uma disputa de poder de elites que hoje são beneficiadas por decisões da classe política onde somente a grande maioria foi prejudicada.

Cidades do Maciço dia a dia
Claudio Ramos 
Fotos: Internet



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