domingo, 9 de fevereiro de 2025

Crise dos Alimentos e as Narrativas Políticas

 

A recente disputa entre o governo e setores extremistas sobre os preços dos alimentos no Brasil revela mais do que um embate econômico: expõe uma guerra de narrativas carregada de contradições e distorções intencionais. A oposição insiste em afirmar que os custos atuais superam os registrados no governo Bolsonaro, mas os dados oficiais desmontam essa retórica.

Entre 2019 e 2022, a inflação acumulada no país foi de 34%, um percentual que já foi suficiente para aprofundar crises sociais marcantes. A “fila do osso”, símbolo da escassez de carne para as classes mais vulneráveis, e o aumento do custo de produtos básicos tornaram-se marcas de um período de desigualdade extrema e precariedade alimentar. Hoje, a inflação acumulada nos dois primeiros anos do governo Lula está abaixo de 8%, uma redução expressiva que, somada a outras medidas econômicas, aponta para uma recuperação gradual do poder de compra da população.

Atualmente, os preços dos alimentos enfrentam pressões complexas e globais, como:
✅ A valorização do dólar, que encarece insumos e combustíveis;
✅ Eventos climáticos extremos, como secas e enchentes, que afetam safras;
✅ O aumento das exportações, que reduz a disponibilidade interna de grãos e proteínas.

São desafios estruturais, muitos deles além do controle imediato de qualquer governo. No entanto, há sinais positivos. Em 2025, a combinação de uma safra agrícola robusta e a desvalorização gradual do dólar — já em curso — poderá estabilizar o mercado, trazendo alívio à população.



Oportunismo político e a manipulação da realidade

O que assusta, porém, não são apenas as crises, mas a hipocrisia de quem as instrumentaliza. Setores da extrema direita, que silenciaram diante da inflação e do aumento da fome durante o governo anterior, agora tentam capitalizar politicamente sobre um momento delicado, ignorando o contexto global e as nuances da economia. Essa estratégia perversa busca distorcer a realidade para alimentar o caos, ao mesmo tempo em que oculta o desastre social e econômico de sua própria gestão.

O governo Lula, por outro lado, tem colhido resultados concretos:
📉 Inflação controlada em torno de 7% nos dois anos de governo;
📈 Maior crescimento da produção industrial dos últimos anos;
💰 Aumento da massa salarial, ampliando o poder de compra da população;
📊 Menor índice de desemprego da última década (6,6%), refletindo uma recuperação econômica sólida.

Mesmo diante desses avanços, o presidente Lula enfrenta resistência de setores da imprensa, do mercado financeiro e da extrema direita, que se recusam a reconhecer qualquer progresso e apostam no caos como estratégia política. É um movimento que demonstra descompromisso com o Brasil e com o bem-estar da população, contrariando o discurso de "patriotismo" frequentemente utilizado por esses grupos.

Essa discussão precisa ir além de disputas partidárias. A segurança alimentar do país depende de planejamento de longo prazo, investimento em agricultura sustentável e políticas de proteção social — e não de revisionismo histórico ou manipulação de dados. Enquanto o debate público for dominado por ataques rasos e narrativas enganosas, milhões de brasileiros seguirão esperando por soluções reais.

A verdade, ainda que inconveniente para alguns, precisa ser o norte. O Brasil só vencerá seus desafios com transparência, responsabilidade coletiva e compromisso real com o desenvolvimento nacional.

Claudio Ramos

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